INÍCIO AGRICULTURA Geral

Encontro Estadual de Professores debateu os desafios da educação em uma sociedade digital

Evento promovido pela Agptea em Erechim e que reúne delegações de várias escolas agrícolas do Rio Grande do Sul realizou painéis na manhã desta quinta-feira

O mundo do trabalho e a sociedade digital foram as principais temáticas abordadas na programação do 37º Encontro Estadual de Professores do Ensino Agrícola na manhã desta quinta-feira, dia 24 de novembro. As palestras ocorreram no auditório do Colégio Agrícola Ângelo Emílio Grando, em Erechim. O evento é promovido pela Associação Gaúcha de Professores Técnicos em Ensino Agrícola (Agptea). O primeiro painel foi de responsabilidade da Superintendência de Educação Profissional do Rio Grande do Sul (Suepro/RS) com o tema "Competências do futuro para um mundo do trabalho em transformação'.

A diretora pedagógica da Suepro/RS, Raquel Padilha, falou sobre os desafios da educação, ressaltando que entre as premissas da Superintendência está a de ofertar uma Educação Profissional Técnica de Nível Médio de qualidade para todos. “Estamos formatando uma proposta curricular atualizada e conectada com o mundo do trabalho, focada na formação integral”, informou, colocando que é preciso ter na construção da matriz curricular das escolas além do que a legislação nacional prevê, também a matriz técnica.

Conforme Raquel, essa matriz curricular é composta por três partes: uma fixa que é igual para todos, uma flexível em que a escola pensa em como quer formar o seu aluno para o mundo do trabalho, e a parte regionalizada. “Enquanto essa matriz não estiver contemplando a escola, não vamos deixar de trabalhar por isso. É preciso conversar e convencer toda a comunidade e mostrar  o quanto esse olhar diferenciado vai fazer diferença na construção do sujeito que queremos formar”, destacou.

Raquel lembrou que já foi sugerido que todas as escolas tenham um componente curricular chamado competências do mundo do trabalho. “É preciso estar preparado para as competências digitais. As tendências sobre o futuro do trabalho hoje são economia verde, economia criativa, economia do cuidado, economia do prateado (voltada às pessoas acima de 60 anos) e a economia digital. A diretora pedagógica da Suepro/RS também citou algumas ações  em andamento como os Núcleos de Inovação para o Trabalho, o Projeto Aprendizagem Profissional, o Projeto Voar e o Plano Decenal que está sendo construído para ser um "balizador nas tomadas de decisão relativas à implementação das políticas públicas para EPT”.

Na segunda parte da manhã, ocorreu o Painel “Práticas de Negociação, solução de problemas e resolução de conflitos como ferramentas educacionais aplicadas ao mundo do trabalho na sociedade digital”, com a professora Marcia Amaral Corrêa Ughini Villarroel - IFRS Câmpus Sertão. “A profissão mais generosa e desafiadora da sociedade é a de professor”, destacou ela para os 110 colegas docentes presentes na palestra. Os desafios desse protagonismo, entretanto, se tornaram maiores com a crescente e irreversível digitalização da sociedade, afirmou a professora.

Professora Márcia Amaral - Fotos: Larissa Mamouna/Divulgação

De acordo com Márcia, a mistura entre informação e entretenimento está cada vez mais entrelaçada, lembrando o filósofo MacKuhan, que afirmou, em 1991, que uma profunda mutação cultural ocorreu na segunda metade dos anos 90, a partir da fusão entre as mídias de massa da primeira geração e os sistemas de comunicação digitais, tornando o poder da realidade virtual extensivo e globalizado. Por conta disso, Márcia provocou os presentes a repensarem um cotidiano mais efetivo e realizador para professores, alunos e escolas no processo de aprendizagem com vistas ao novo mundo do trabalho.  A docente apontou que não se trata de usar a tecnologia a qualquer custo, mas de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais e as mentalidades e a cultura dos sistemas.

Entre as consequências dessa nova realidade, Márcia pontuou: “Os bons empregos têm ficado restritos aos mais bem preparados, os demais estão sendo excluídos, passando a atuar no mercado informal - outra tendência dessa época”, concluiu. 

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