INÍCIO AGRICULTURA Geral

Em 2022, setor de suínos teve exportações menores e manteve aumento da oferta

Apesar dos abates terem expandido relativamente pouco (0,9%) sobre o 3ºT 21 a produção de carne cresceu 2,7% em função do maior peso médio das carcaças, segundo relatório Radar Agro do Itau BBA.

Nos setor de suínos, os abates seguiram acima do observado no ano anterior, embora tenham mostrado desaceleração. Os dados fazem parte do relatório Radar Agro sobre proteínas animais, produzido no dia 30 de dezembro de 2022 pela equipe do Itau BBA. Os técnicos afirmam que o total abatido no 3º tri somou 4,8 milhões de cabeças, 5% acima do igual período do ano anterior, vindo de 7,4% de aumento no 1º semestre do ano. Já no acumulado jan/set a produção expandiu 6% e as cabeças abatidas 6,6%, com as carcaças um pouco mais leves em 2022. Segundo o documento, apesar das margens pressionadas há dois anos, o ritmo de produção seguiu superior ao do ano anterior, o que ajuda a explicar a dificuldade de sustentação dos preços do animal ao longo do ano.

Já as exportações de carne suína (inclusive miúdos) acumuladas até setembro somaram 809,7 mil toneladas, o que foi 5,1% abaixo do ano anterior, principalmente em função da redução das importações chinesas dada a recuperação da produção no país asiático, que foi parcialmente compensada em outros destinos. Com isso, a disponibilidade doméstica somou 3,14 milhões de toneladas, 8,7% acima de jan-set/21, com o consumo per capita estimado alcançando os 19,5 kg/ano.

CEPEA TAMBÉM APONTA RECUO NAS EXPORTAÇÕES E AUMENTO DA OFERTA

Em seu balanço anual de 2022, o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Departamento de Economia, Administração e Sociologia - ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) mostra que o setor suinícola nacional registrou demanda externa enfraquecida em 2022, enquanto a produção nos três primeiros trimestres do ano foi recorde. Nesse cenário, a disponibilidade de carne no mercado doméstico cresceu consideravelmente, pressionando os valores de negociação do animal vivo e da proteína.

Para os pesquisadores do CEPEA, no front externo, apesar de o volume exportado em agosto ter atingido recorde mensal da série histórica, de 114,6 mil toneladas de carne, os envios ao exterior de janeiro até a parcial de dezembro de 2022 somam 1,08 milhão de toneladas, 3,6% abaixo do embarcado no mesmo período de 2021, de acordo com dados da Secex, compilados pelo Cepea.

No front interno, a demanda nacional pela carne suína ao longo de 2022 esteve aquém do esperado pelo setor, devido, sobretudo, ao fragilizado poder de compra da população brasileira, tendo em vista a inflação elevada. Do lado da produção, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que, entre janeiro e setembro de 2022, foram abatidas 42,2 milhões de cabeças de suínos no País, 6,6% a mais que no mesmo período de 2021 e um recorde para o período, considerando-se a série histórica do Instituto, iniciada em 1997. 

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