O setor de bovinocultura de corte segue atento às movimentações do mercado. Depois de uma sucessão de queda nos preços das arrobas nas principais praças produtoras, o cenário atual começa a apresentar um novo viés, por intermédio de mudanças cadenciadas.
O momento é de um ambiente envolvido por uma maior oferta de animais para abate. O volume de animais abatidos e a demanda chinesa ainda gera certo desalento na cadeia produtiva da pecuária de corte.
Indústrias e pecuaristas estavam apostando na retomada das exportações para a China de maneira mais intensa. Em contrapartida, os chineses utilizam como estratégia de comércio a necessidade de o Brasil comercializar a venda e com isso, pressionar os preços internacionais.
O montante de animais aptos para abate é considerável. Essa realidade é atribuída à reposição possibilitada por um ciclo favorável e uma retenção de fêmeas nos últimos anos, gerando um número maior de bezerros, provocando um fenômeno conhecido como destravamento de mercado. O produtor de gado prefere vender seus animais mirando uma reposição mais em conta, tida como uma das mais baratas dos últimos anos.
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Apesar da queda da arroba do boi gordo no mercado físico, em nível nacional uma arroba equivale a 4,10 sacas com milho. Colocando na balança o mercado futuro, do boi no mês de outubro e do milho em setembro, o panorama fica ainda mais positivo para o boi, com a arroba já valendo 4,6 sacas de 60 quilos de milho.
Os animai abatidos agora tiveram um custo maior de aquisição e de insumos. O pecuarista desatento e que não se preocupou com um planejamento de venda, terá suas margens bem afetadas e possivelmente, arcará com prejuízos.
Em resumo, o cenário da pecuária de corte é a seguinte: a expectativa é de testemunhar a maior safra de milho da história, com condições de exportar 50 milhões de toneladas. Com preços mais módicos envolvendo bezerro e boi magro, a saída é a engorda de animais robustos em confinamento, gerando margens de rentabilidade melhores ao pecuarista, apesar do preço não ser dos melhores no momento.
