Uma das várias medidas da CPI do MST, prevista para iniciar de maneira efetiva a partir da próxima semana, será a criação de um site de denúncias contra invasões e atos cometidos pelos movimentos que se dizem sociais, como o Movimento Sem Terra e a FNL (Força Nacional de Luta).
A informação é do propositor da CPI do MST, deputado federal Tenente Coronel Zucco, em entrevista concedida aos meios de comunicação nesta semana. Zucco revela a investigação de pessoas ligadas aos movimentos, bem como seus financiadores e parlamentares apoiadores.
“Estamos agora aguardando os trâmites normais. Já tínhamos coletadas assinaturas, apresentado o requerimento e obtivemos o parecer jurídico favorável, resultando na leitura da CPI no dia 26 de abril”.
Tenente Coronel Zucco, deputado federal
O próximo passo é a indicação das 27 vagas de titulares e o mesmo quantitativo de suplentes para início dos trabalhos da CPI do MST na Câmara Federal. “Acredito que na semana que vem já teremos essa posição definida para, de antemão, dar início aos trabalhos”.
O principal fator para criação da CPI do MST foi a escalada das invasões de terra pelo País. “Não é aceitável que nos primeiros três meses do ano, já tenhamos quase 40 invasões de propriedades e também a resposta do governo junto com o movimento que se diz de luta pela terra, de reforma agrária, mas que, na verdade, não está respeitando a Constituição”.
De acordo com Zucco, foram várias invasões de terras, sejam elas produtivas ou não, sem o consentimento, sem análise, sem respeito ao que prescreve o Incra.
“Precisamos agora analisar possíveis financiadores, parlamentares incentivadores das invasões, a omissão ou conivência do atual governo. Será um trabalho técnico, mas efetivo”.
Além disso, Zucco apresentou um projeto de Lei punitivo para quem for identificado como invasor. Se comprovada a participação, o invasor perderá todo e qualquer benefício social, como por exemplo o Bolsa Família. Qualquer indicação para cargo público também será comprometida. “Temos que identificar e estudar esse movimento que de reforma agrária não tem nada. Eles têm uma intenção ideológica, política e financeira”, salienta o deputado.
A expectativa, conforme Zucco, é de que a CPI do MST devolva a segurança jurídica no campo. “Temos milhares de famílias apavoradas, que não sabem se terá a propriedade invadida por movimentos que dizer usar a legitimidade da reforma agrária como pano de fundo para invasões criminosas, chamadas de esbulho possessório".
Na visão do deputado federal, esse é o momento para descobrir quem de fato está por trás desse movimento. Quais empresas de transporte endossam a prática da invasão por intermédio do transporte de invasores até as propriedades e qual o papel do Incra nesse sentido, inclusive levantando o questionamento para descobrir o motivo desse órgão nomear integrantes do MST para compor cargos dentro da estrutura.
Zucco não poupou críticas contra a comportamento do líder do movimento, que anunciou a onda de invasões.
“O pior criminoso é aquele que anuncia o crime. Ele simplesmente teve a cara de pau, em rede nacional, de anunciar em alto e bom som, que vai permanecer com as invasões nos 27 estados da federação”, destaca Zucco
Zucco entende que essa postura é um desrespeito com o homem e a mulher do campo e sobretudo, ao agronegócio. Por fim, ele comenta que há muito trabalho a se fazer na CPI do MST.
“Vamos dar uma resposta para a sociedade, não só na questão de investigação, mas com propostas positivas em relação à segurança no campo. Precisamos iniciar o mais breve possível e parar de assistir de camarote os desmandos desse movimento arbitrário e terrorista", destaca.
