O assunto CPI do MST continua dando o que falar, e não só em Brasília. Líderes do agronegócio de tudo o País se posicionam firmemente por providências quanto as ameaças feitas pelo Movimento dos Sem-Terra, sobre a onda de invasões previstas para ocorrer no Brasil.
Do início do ano até agora, já foram observadas mais de 200 invasões em áreas produtivas de todo o Brasil. A última delas, ocorreu no fim de semana, na propriedade da família da ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A ocupação em massa só não a avançou graças à rápida intervenção da polícia.
Agora, o centro das atenções gira em torno do embate político sobre qual deputado da oposição ao Governo Lula presidirá a CPI do MST. Ao menos três parlamentares estão na disputa. São eles: Ricardo Salles (PL-SP), Kim Karaguri (União Brasil-SP) e o Tenente-Coronel Zucco (Republicados-RS). O mais cotado para assumir a função é o primeiro dessa lista, o deputado Ricardo Salles.
Todos têm em comum a apresentação no mês de março, de requerimentos para a criação da CPI. O pedido com maior número de assinaturas inicialmente foi o de Zucco. O deputado Evair de Mello, do Progressistas, também figura entre os nomes cotados para a presidência ou relatoria da CPI do MST.
Criar a CPI soa como uma vitória da Frente Parlamentar da Agropecuária, que não mediu esforços para convencer o presidente da Câmara, Arthur Lira, a sinalizar positivamente pela abertura.
O presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), Pedro Lupion, não participará da CPI do MST, alegando acumulo de funções. Porém, garantiu que os ruralistas estarão representados. Além disso, a assessoria de imprensa de Lupion disse que a CPI não é da FPA e que ela se fará presente no colegiado, por meio de seus representantes legais.
No alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito do MST, constam a destinação de emendas de parlamentares vinculados ao movimento e outros possíveis financiadores, conforme os autores dos requerimentos.
Pelo Twitter, Pedro Lupion se manifestou sobre a tentativa frustrada do MST em ocupar a área da família da ex-ministra Tereza Cristina, no fim de semana, no Mato Grosso do Sul.
Do outro lado, o PT já começa a ventilar os nomes de suas indicações. Na lista, nomes de fundadores e apoiadores do MST, como os deputados Padre João, de Minas Gerais; Valmir Assunção, da Bahia; Dionilson Marcon, do Rio Grande do Sul e João Daniel, de Sergipe. A CPI do MST vai reunir 27 deputados titulares e igual número de suplentes.
De acordo com o MST, a CPI aberta no dia 27 de abril, pela Câmara dos Deputados, “é uma forma de atacar o movimento social e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. Desde 2003, o MST já foi alvo de quatro comissões de inquérito no Congresso.
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