Os preços do milho na Bolsa de Chicago iniciaram a manhã de quarta-feira, 25/01, com leve alta, a 6,79/março. Na terça-feira, 24/01, apresentou ganhos de 10 cents nos principais vencimentos. A BMF trabalha em R$ 89,60/março (-0,2%) e R$ 86,95/ julho (-0,05%).
De acordo com o analista Camilo Motter, da Corretora Granoeste, o mercado externo recebe suporte da boa demanda pelo produto norte-americano, bem como das dúvidas climáticas que pairam nos campos de cultivo da Argentina e em outros pontos da América do Sul, incluindo o Sul do Brasil e Paraguai. Na Argentina, ontem, boletins meteorológicos previam chuvas para todas as províncias agrícolas nos próximos dias; novas informações, porém, reduzem a ocorrência de precipitações em algumas áreas – o que volta a elevar os níveis de preocupações.
As exportações norte-americanas de milho vem caindo ano após ano. Na safra 2020/21, foram 69,8MT; na última temporada 2021/22 foram 62,8MT; e a projeção para a atual, 2022/23, é de 48,9MT. Nesse ritmo, a exemplo do que ocorreu com a soja, nos próximos anos, os EUA podem perder o posto de maior exportador mundial de milho para o Brasil.
Segundo a CONAB, as exportações de milho brasileiro em dezembro atingiram recorde histórico para o mês, totalizando 6,4MT. Deste volume, 1,10MT foram destinadas para a China, que agilizou o enquadramento do protocolo fitossanitário para viabilizar aquisições de milho brasileiro. Em janeiro, o volume exportado já ultrapassa 4,2MT, podendo encerrar a temporada, neste dia 31 de janeiro, com mais de 47,0MT.
Camilo ressalta que o mercado doméstico se mantém enfraquecido. Porém, um olhar para frente, para o período de entressafra, a partir de março/abril, indica a possibilidade de escassez de oferta. Dois fatores concorrem para isto: o forte ritmo das exportações, que caminha para fechar o ano comercial, neste fim de mês, com mais de 47,0MT e a quebra da safra de verão, sobretudo por perdas acentuadas no Rio Grande do Sul.