Os preços do milho na Bolsa de Chicago (CBOT), iniciaram a manhã de quinta-feira, 02/02, com uma com ligeira alta, a U$ 6,82/março. Ontem, também registram leves ganhos. A BMF trabalha em R$ 89,30/março (-0,45%) e R$ 87,00/ julho (+0,0%).
O analista de mercado Camilo Motter da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR, informa que de acordo com a agência CMA Latam, a produção argentina de milho deve cair para 47,2MT, um corte de cerca de 3,0MT na comparação com o levantamento de dezembro. A área está avaliada em 12% menor em relação à temporada anterior, quando foram colhidas 50,01MT. O plantio, ainda atrasado, entra na reta final, depois das últimas chuvas. No final de janeiro, 95% das áreas estavam semeadas.
De acordo com a SECEX, as exportações de milho brasileiro em janeiro foram de 6,34MT, totalizando 48,03MT na temporada, iniciada em fevereiro/22 e encerrada em janeiro/23, contra 20,82MT do ciclo anterior. Este volume registra um novo e alargado recorde histórico, se aproximando muito dos volumes exportados pelos EUA, que é o principal fornecedor mundial do grão. O USDA, em seu relatório mensal de oferta e demanda de janeiro, projetou em 48,9MT as exportações de milho norte-americano na temporada 2022/23.
Motter ressalta que o mercado doméstico permanece lento, com preços pressionados também pela queda da taxa cambial. Além disto, mesmo com perda de produção, o avanço da colheita no RS e SC contribui para o afrouxamento das indicações de compra.
No entanto, o período de entressafra a partir de março/abril, indica a possibilidade de escassez de oferta. O forte ritmo das exportações, que fechou o ano comercial com 48,0MT, e a quebra da safra de verão, tendem a promover escassez mais à frente.