O início da colheita da cevada, um dos grãos de inverno importantes no Paraná, já começou e é o destaque do Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, referente à semana de 20 a 25 de setembro. O documento, produzido por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, também analisa a situação de outras culturas do Estado.
Entre os grãos de inverno produzidos no Paraná, a cevada tem boa representatividade. Neste ano, os produtores ocuparam 63.058 hectares com a cultura, repetindo praticamente a mesma área de 2019.
Agora começa a colheita, que deve se acentuar no início de outubro. Os técnicos do Deral que percorrem o campo retrataram que, por enquanto, 1% da área foi colhida.
A expectativa é grande para que a produção ultrapasse em 11% o registrado no ano passado, alcançando o expressivo volume de 290 mil toneladas.
Em Guarapuava, principal região produtora, a geada de agosto não afetou o desenvolvimento da cevada, enquanto a chuva do início de setembro ajudou a cultura. Já em Ponta Grossa, segundo maior polo, a estiagem ainda pode diminuir a produtividade.
CAFÉ E FRUTAS - O boletim aborda, ainda, a cultura do café, destacando que o consumo mundial teve um pequeno crescimento, enquanto a produção reduziu-se em maior volume.
O Brasil lidera o ranking de países quanto ao volume de produção e em exportações e se coloca na segunda posição entre os consumidores, atrás dos EUA.
A análise da atividade frutícola estende-se pelas cinco principais regiões produtoras, que têm os municípios de Curitiba, Paranavaí, Jacarezinho, Maringá e Cornélio Procópio como polos. O boletim também discorre sobre as culturas de batata, cebola e tomate.
PECUÁRIA – Os preços de alguns derivados lácteos como o leite UHT e o queijo muçarela têm se mantido estáveis nas últimas semanas. Esse também é um dos assuntos tratados no documento do Deral, que estende a abordagem ao reflexo na balança comercial brasileira.
Em relação à avicultura de corte, a análise aborda o crescimento no volume de abate no primeiro semestre deste ano. No Paraná, o aumento foi de 6,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. Também há registro dos custos de produção, que subiram 6,10% em agosto.
ESTIAGEM – A falta de chuvas é tema recorrente nos estudos realizados pelos técnicos do Departamento de Economia Rural. O fenômeno prejudica, entre outros, o plantio do feijão safra das águas, que avança muito lentamente. Da mesma forma que dificulta o preparo de solo, plantio e colheita da mandioca.
A estiagem também atrasou o plantio da primeira safra de milho. Até agora foram semeadas 34% da área estimada de 360 mil hectares. No mesmo período da safra anterior, o porcentual estava em 39%. Para a soja, a estimativa é de 1% já semeada. Na média das últimas três safras, neste período o plantio estava em 8%.