O mercado de soja iniciou a manhã de segunda-feira (27) , operando em leve alta nos futuros de Chicago, a U$ 15,30/março. Na semana passada houve perdas superiores a 1%, com pressão vinda do petróleo, da firmeza do dólar e do avanço da colheita no Brasil; pesou também a lentidão das compras chinesas e seu direcionamento para prospecção de produto no Brasil.
Na semana passada foi realizado o Fórum Anual do USDA e divulgadas as primeiras estimativas para a safra 2023/24. Segundo o analista de mercado Camilo Motter da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR, as projeções indicam uma área, cujo plantio ocorre entre fins de março e início de junho, de 35,4 milhões de hectares – similar ao último ano, mas abaixo da estimativa do mercado. A produção é prevista em 122,7MT, ante 116,4MT da última campanha; as exportações estão avaliadas em 55,1MT, contra 54,2MT desta última temporada. Os estoques finais devem se situar um pouco acima das 6,1MT deste ano, em algo como 7,9MT.
A colheita da safra brasileira chega a 30,3%, ante 41,8% do mesmo ponto do ano passado e 31,4% de média histórica. Houve avanço de quase 10 pontos na semana. O levantamento é da consultoria Safras & Mercado. No MT, os trabalhos estão finalizados em 76% (78% da mesma data do ano passado); GO, 40% e PR, 19%.
No mercado brasileiro, a semana começa com lentidão e preços ainda pressionados. De acordo com Motter isto deixa o fluxo bastante lento, apesar da necessidade de vendas por questões logísticas e financeiras. O avanço da colheita e a perspectiva de safra cheia limitam o potencial de ganhos na CBOT e derrubaram os prêmios nos portos; por outro lado, o excesso de chuvas na maioria das regiões de cultivo segue como entrave e causa preocupações.