Os preços do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a manhã de quarta-feira, 01/01, em queda de 2 cents, a 6,77/março. No dia anterior, fecharam com queda de 4 cents. A BMF trabalha em R$ 89,30/março (+0,3%) e R$ 87,15/ julho (+0,15%).
Mercado operando levemente no campo negativo devido a expectativa de aumento de juros dos Bancos Centrais norte-americano, inglês e europeu, que pode desacelerar o crescimento econômico global ao valorizar as moedas destes países. Além disso, o clima na América do Sul segue sendo motivo de atenção.
O analista de mercado Camilo Motter da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR, destaca que o clima tem melhorado na Argentina nos últimos dias, em regiões que precisavam muito de pluviosidade. São esperadas chuvas em alguns pontos para o restante desta semana e, então, clima quente e seco para os 10 dias seguintes. Contudo, os danos causados até agora são irreparáveis e perdas significativas estão previstas em praticamente todo território nacional.
De acordo com Safras & Mercado, em boletim divulgado na última sexta feira, a produção brasileira de milho, neste ano, é estimada em 125,3MT, um corte de 1,3MT sobre as 126,6MT previstas em dezembro. A principal razão está vinculada às perdas na colheita de verão, avaliada agora em 23,7MT, ante 24,8MT do mês passado. As perdas mais significativas estão ocorrendo no Rio Grande do Sul, que sofre com severa estiagem. Além disso, para a safrinha, há indícios de alguma redução de área, muito por conta da presença da cigarrinha e do atraso no plantio.
Segundo Camilo, o Mercado doméstico permanece lento. O período de entressafra, no entanto, a partir de março/abril, indica a possibilidade de escassez de oferta. Dois fatores concorrem para isto: o forte ritmo das exportações na temporada 2021/22, com mais de 47,0MT, e quebra da safra de verão, sobretudo por perdas acentuadas no Rio Grande do Sul. De qualquer maneira, mesmo com a perda de produção, o avanço da colheita no RS e SC contribuem para certa pressão, momentânea, sobre os preços.