Velha conhecida dos produtores, a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis), a cada ano gera mais preocupação em diversas regiões do Brasil. Os enfezamentos, comuns em lavouras infestadas por elas, são considerados atualmente um dos principais desafios fitossanitários da cadeia produtiva do milho no Brasil, já que podem reduzir em mais de 70% a produção de grãos em plantas suscetíveis. Para ajudar no controle preventivo desse problema, existem as armadilhas inteligentes que vão muito além da geração de imagens.
O equipamento de monitoramento exclusivo foi especificamente projetado para atrair e capturar a cigarrinha do milho, tornando-se uma ferramenta altamente eficiente para sua identificação.
As armadilhas inteligentes atraem os insetos através da cor amarela, além disso, contam com uma câmera que faz o registro das cigarrinhas capturadas e transmite os dados via satélite.
Os algoritmos de reconhecimento de imagem permitem o monitoramento em tempo real e on-line, medindo a dinâmica populacional dos insetos de forma constante e simultânea.
De acordo com a bióloga Nathalia Silva, com foco no desenvolvimento e validação de armadilhas automatizadas para o monitoramento das principais pragas agrícolas, o problema não é apenas a cigarrinha em si, mas a transmissão de doenças que ela causa.
“Esse é vetor de três doenças muito relevantes na cultura: o enfezamento vermelho, o enfezamento pálido e a virose do raiado fino do milho, portanto, o produtor precisa ficar em alerta”, destaca.
A cigarrinha tem preferência por plantas de milho recém emergidas. Com cerca de 10 dias após o plantio já se nota a migração delas para as lavouras e é a partir dali que se inicia a transmissão de doenças.
“O grande problema dos enfezamentos é que a planta continua se desenvolvendo normalmente, mas só vai apresentar os danos causados pela praga na fase reprodutiva.
Nesse momento o produtor já não tem mais o que fazer, apenas contabilizar a quebra de produtividade. Por isso o manejo preventivo é fundamental”, diz a bióloga.
Hoje o monitoramento convencional é feito por meio de adesivos para a atração de insetos com a contagem manual. Este modelo, além de moroso e impreciso, está sujeito a inúmeros erros, principalmente de falhas na identificação com outras espécies semelhantes à cigarrinha do milho.
Além disso, o manejo convencional é muito espaçado e às vezes demora dias entre uma coleta e outra.