INÍCIO AGRICULTURA Geral

Após 50 anos, Plantio Direto quer deixar de ser técnica e se tornar Sistema de Plantio Direto

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Plantio Direto, Jônadam Hsuam Min Ma, o plantio direto não é meramente uma tecnologia. É muito mais.

Publicado em 24/05/2023

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Plantio Direto, Jônadam Hsuam Min Ma, o plantio direto não é meramente uma tecnologia. É muito mais: é um sistema que envolve todos os aspectos, seja físicos, químicos e biológicos e todo o ecossistema de produção do produtor. Entrevistamos Jônadam durante a Agrobalsas, feira promovida pela FAPCEN (Fundação de Apoio a Pesquisa do Corredor de Exportação Norte), em Balsas, no sul do Maranhão, onde estava palestrando sobre o tema e divulgando a tecnologia.

TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO

O Plantio Direto hoje é uma das atividades mais técnicas de manejo que projeta a sustentabilidade e o grande diferencial da agricultura brasileira. Eu estou aqui com o Jônadan Ma, presidente da Associação Brasileira de Plantio Direto. Como está hoje o plantio direto no Brasil? Começou primeiro no Paraná, na região Sul, e agora começa aos poucos se expandir para todo o Brasil... Jônadam Hsuan Min Ma - É. Muito obrigado pela oportunidade. O plantio direto completou 50 anos no ano passado, estamos completando 51 anos esse ano, no entanto, o grande trabalho que temos pela frente pelos próximos 50 anos é tornar o plantio direto no sistema de plantio direto, esse que é o grande diferencial. O plantio direto não é meramente uma tecnologia. É muito mais. Ele é um sistema que envolve todos os aspectos, seja físicos, químicos e biológicos e todo o ecossistema de produção do produtor. Então, consolidando tudo isso com os princípios básicos que nós temos na rotação de culturas, não revolvimento do solo e cobertura permanente. Vamos tornar a cultura verdadeiramente em sistema plantio direto. E hoje, quais regiões do Brasil estão praticando mais o plantio direto? Jônadam Hsuan Min Ma - Podemos dizer que todo Brasil tem plantio direto, mas são mais de 35 milhões de hectares em plantio direto. No entanto, podemos dizer com muita segurança que o verdadeiro sistema plantio direto é o grande desafio que ainda está restrito a dez, 15% dessa área. Quer dizer, muito pouco. Por quê? Porque é necessário cumprir sempre esses seres preceitos, como comentei agora e pkantio direto, com no mínimo revolvimento, cultivo mínimo. Isso é amplamente adotado. O que precisamos é convertê lo num sistema completo. E sim, esse é o trabalho que temos pela frente. E quais são os desafios e quais são os problemas que vocês estão enfrentando nesse trabalho, nessa missão? Jônadam Hsuan Min Ma - O maior problema que a gente percebe é que o produtor precisa aprender a fazer diagnóstico do solo, diagnóstico da sua atividade e não envolver o solo de qualquer maneira. Ou pensar que está compactado, vou subsolar, vou arar. Então, o mínimo revolvimento é uma premissa fundamental. O segundo problema que a gente percebe é a falta de uma diversidade de culturas. Embora a gente considera importante ter esse binômio. Safra safrinha, soja, milho safrinha. No entanto, nem todas as áreas e às vezes são possíveis de realizar isso. Então que nas áreas que não são possível realizar é safra safrinha, que pelo menos adote a diversidade de culturas e implante uma cultura de cobertura, faça uma diversidade de culturas, uma parte da área e faça a rotação de culturas. Isso vai ajudar demais na biodiversidade e aumentar a produtividade com sustentabilidade. E como que se muda a mentalidade do produtor para adotar essas técnicas? Jônadam Hsuan Min Ma - Olha, esse é um ponto muito sério. Dizia Herbert Bartz que o grande problema não é a compactação do solo, mas é a compactação da mente. Nós temos que ter a mente aberta. Ganhar dinheiro é importante, mas nós temos que pensar com o que nós plantamos hoje. Vamos semear depois. Se nós não pensarmos nesses princípios e tornar um sistema integrado nós vamos ter uma evolução muito lenta da produtividade e começa a aparecer muitos problemas. Então, como mudar o produtor? É através das suas necessidades de pegar mais informações. Então, como eu estou fazendo isso hoje? Criando o Clube dos Amigos da Terra para que, com essa troca de experiências positivas e negativas com produtor, veja que ele precisa mudar e pode mudar para melhor. Essa iniciativa hoje que você trouxe aqui para o Maranhão, aqui pra AgroBalsas, a região sul do Maranhão, ela está sendo expandida para outras regiões também? Jônadam Hsuan Min Ma - Sim, ela começou no Paraná em 1979, com o Clube da Minhoca, depois Rio Grande do Sul, com o Clube dos Amigos da Terra, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso. Então vários estados tem clube dos Amigos da Terra. É um clube de uma associação de produtores técnicos, onde objetiva trocar experiências, sejam positivos e negativos, para juntos aprendermos mais. E quando você chega aqui numa região que não está acostumada a essa técnica, qual é o feedback que você sente dos agricultores quando eles começam a conhecer o plantio direto? Jônadam Hsuan Min Ma - Na verdade, a gente sabe que essa região adota o plantio direto. Só que nós temos que nos despir de orgulho e termos humildade. Temos muito para aprender. O plantio direto está há 51 anos, no Brasil. No entanto, temos outros 50 para muito aprendizado. Eu diria que nós estamos vivendo no começo, então ainda tem muita coisa errada, muita ignorância melhorada. E tem muitas coisas para nós desenvolver, para melhorar mais para o produtor. A gente sabe hoje que a técnica é um sucesso no Brasil, começa a se expandir, mas também sabe que chegou até os Estados Unidos. Hoje lá produtores rurais americanos já adotam o plantio direto, é verdade isso? Jônadam Hsuan Min Ma - Na verdade, quem começou no mundo não foi o Brasil. O Brasil começou em 72 com Herbert Bartz, que foi visitar um produtor americano que já fazia nos Estados Unidos. Então, na verdade, os Estados Unidos começaram antes de nós e lá eles têm problema da neve, que é um problema sério no inverno. E o Brasil é um país tropical. Então, lá na neve costuma se virar o solo para derreter a neve, para voltar a temperatura do solo para plantar. Agora, no Brasil, um solo tropical, o solo quente para quem virar terra, não é verdade? Então, na verdade, Brasil, ele aprendeu com americano. Só que o Brasil hoje evoluiu mais que os Estados Unidos. Muito bem Jônadan. Muito obrigada pela sua participação aqui no Portal RuralNews Levando essas informações muito importantes para você, produtor rural, que busca todo dia ser mais sustentável e trazer também mais rentabilidade, por que não para sua lavoura? Eu sou o Jair Reinaldo, estou aqui no Maranhão, na Agrobalsas, levando para você, produtor rural, amigo do Portal RuralNews, informação, tecnologia, comenbsp;muitaenbsp;inovação!

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