Depois de abrir com fortes altas – chegando a até 11 dólares a tonelada–, os preços da soja fecharam a terça-feira, 27/12, com leves ganhos na Bolsa de Chicago (CBOT). Entre as razões para o movimento inicial de alta, destacou-se o prolongado déficit de umidade em grandes áreas agrícolas da Argentina, onde o plantio continua muito atrasado.
Na opinião dos operadores, o USDA deve reduzir em seu próximo relatório mensal a expectativa sobre o volume da safra argentina de soja das 49,50 milhões de toneladas sustentadas até o relatório de dezembro para colocá-la entre 43 e 45 milhões de toneladas. Soma-se a isso a falta de umidade no sudoeste do Brasil, país que, no entanto, continua a caminho de uma safra recorde.
Nesse sentido, em seu levantamento semanal, a Conab marcou ontem o avanço do plantio de soja em mais de 97,6% da área estimada no Brasil e disse que no Mato Grosso as chuvas abundantes e abundantes favoreceram o desenvolvimento das lavouras e a recuperação da umidade do solo e indicou que a coleta começou em algumas áreas específicas daquele estado. No Paraná, 90% do que foi implantado está em boas condições e 18% em grãos de enchimento.
Também contribuiu inicialmente para a tendência de alta com um certo relaxamento na rígida política de controle sanitário devido aos surtos de Covid na China, o que pode aumentar a demanda por produtos como a soja e seus derivados. No entanto, em torno deste assunto existem mais dúvidas do que certezas, pelo que a sua influência nos preços foi diminuindo com o passar das horas.
A desvalorização do real frente ao dólar também limitou a corrente de alta do mercado, dado seu impacto positivo na competitividade das exportações brasileiras.
Em seu relatório semanal de fiscalização dos embarques, desta vez para o segmento de 16 a 22 de dezembro, o USDA divulgou hoje embarques de soja de 1.753.085 toneladas, abaixo das 1.963.322 toneladas do relatório anterior.
Fonte dos dados: T&F Consultoria Agroeconômica e Granoeste Corretora, especial para o Portal Rural News