Nova ferramenta apoia produtores na redução de riscos, acesso a crédito e planejamento agrícola
O cultivo do abacaxi no Brasil ganhou um importante reforço com a criação do primeiro Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) da cultura com abrangência nacional. Publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na terça-feira (13), a ferramenta orienta produtores de todos os municípios do país sobre as melhores épocas para o plantio, utilizando dados científicos e históricos. Desenvolvido pela Embrapa, o novo Zarc atualiza e amplia a versão de 2012, trazendo melhorias que prometem aumentar a produtividade e reduzir riscos, especialmente em áreas vulneráveis como o Semiárido.
A atualização traz três principais novidades. Uma delas é a classificação em três níveis de risco (20%, 30% e 40%) vinculados às fases do desenvolvimento do fruto — desde a floração, passando pela frutificação até a colheita — sendo 40% o risco máximo permitido para o cultivo. Com isso, são elaborados calendários de plantio que indicam quando e onde a cultura terá melhor desempenho.
Outra alteração importante é a ampliação das classes de água disponível no solo, que agora variam de 1 a 6, e não mais de 1 a 3. Em relação à temperatura do ar, locais com maior probabilidade de geadas frequentes e áreas de plantio situadas acima de mil metros de altitude também foram classificados como de alto risco climático.
Redução de riscos“A atualização do Zarc Abacaxi tem grande importância para o Ministério da Agricultura, pois integra o esforço contínuo de modernização das ferramentas de gestão de riscos agropecuários. Ela reforça o compromisso do Mapa e da Embrapa com a sustentabilidade e a resiliência da agricultura nacional”, destaca Hugo Borges Rodrigues, Coordenador-Geral de Risco Agropecuário do Departamento de Gestão de Riscos do Mapa.
Atualização dos dados meteorológicosEduardo Monteiro, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital (SP) e coordenador da Rede Zarc Embrapa, ressalta que o novo zoneamento considera dados meteorológicos atualizados até 2022, trazendo informações mais recentes em comparação ao zoneamento anterior.
Domingo Haroldo Reinhardt, que lidera as pesquisas com abacaxi em Itaberaba — principal polo produtor da Bahia — e integra a equipe técnica do Zarc, confirma os avanços da ferramenta. “A metodologia foi aprimorada, principalmente nos níveis de capacidade de armazenamento de água, especialmente para o Semiárido, onde há grandes variações até dentro do mesmo município. O produtor iniciante deve consultar o Zarc, assim como quem deseja investir em novas áreas de plantio”, afirma.
O Zarc Abacaxi está disponível para consulta na plataforma Painel de Indicação de Riscos, no site do Mapa, e no aplicativo Zarc Plantio Certo, gratuito para sistemas Android e iOS.