O crédito rural manteve desempenho favorável no período de julho a novembro deste ano, quando as contratações de crédito rural atingiram R$ 108,75 bilhões, aumento de 19% em relação à igual período da safra anterior. De acordo com o Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021, o destaque dos cinco meses da aplicação dos recursos do Plano Safra 2020/2021 foi para os financiamentos de investimento, que aumentaram 46%, se situando em R$ 32,4 bilhões, e para os créditos de custeio, cujo valor contratado foi de R$ 60,27 bilhões, alta de 13%.
As operações com industrialização ficaram em R$ 6,6 bilhões, incremento de 9%. O crédito para comercialização teve queda de 7%, em resposta à continuidade do cenário de preços agrícolas elevados.
As contratações de crédito de investimento realizadas pelos programas Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) aumentaram 7,3% e 13,4%, respectivamente. A participação desses programas no total de crédito rural foi de R$ 32,6 bilhões (30%) e as contratações realizadas pelos demais produtores se situaram em R$ 76,09 bilhões (70%).
O diretor do Departamento de Crédito e Informação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wilson Vaz de Araújo, enfatiza que os financiamentos de custeio e de investimento realizados com recursos subvencionados, no Pronamp, no valor de R$ 9,84 bilhões, respondem por 67% do total contratado nesse programa, e que no Pronaf essa participação foi de R$ 11,56 bilhões ou 64% do total contratado, evidenciando o elevado nível de apoio conferido a esses produtores.
Os valores dos financiamentos para investimento continuam acentuadamente superiores aos observados na safra passada, sobretudo com recursos do BNDES e administrados pelo Mapa, cujo desembolso alcançou 57% dos programados para esta finalidade.
Entre os programas de investimento, destacam-se o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), R$ 6,23 bilhões (61%), do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), R$ 1,06 bilhão (58%), e do Programa de Incentivo à Irrigação e à Produção em Ambiente Protegido (Moderinfra), R$ 521 milhões (107%).
O valor das contratações com recursos da fonte LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) continuou inferior ao observado no mesmo período da safra passada, com decréscimo de 5%, se situando em R$ 12,41 bilhões, sem considerar as aquisições de CPRs (Cédulas de Produtos Rurais) e as operações com agroindústrias.