Farsul: índice de custos de produção tem maior deflação da série histórica

Os custos de produção do agronegócio caíram 18,21%, em 2023, na contramão do IPCA - a inflação oficial do país - do ano passado, que teve alta de 4,62%. O comparativo é de um acompanhamento feito pela Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), divulgado ao mercado mensalmente.

O IICP (Índice de Inflação dos Custos de Produção, elaborado pela Assessoria Econômica da Farsul, aponta que deflação do ano passado como a maior nos custos de produção na série histórica do indicador.


As maiores quedas foram nos preços de fertilizantes e inseticidas.


Os preços recebidos pelos produtores - medidos pelo IIPR (Índice de Preços Recebidos pelos Produtores Rurais) também tiveram retração, com registro de -9,45%, em outro movimento inverso ao IPCA Alimentos, que teve elevação de 1,03%.


O resultado traz um cenário inverso aos de 2020 e 2021, quando os itens que formam o custo de produção do produtor inflacionaram bem acima dos preços em geral.



Processo inflacionário


Apesar disso, a maioria dos insumos mantém custos reais acima dos de 2019, antes dos efeitos da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em primeiro aparecem fertilizantes, herbicidas e inseticidas, além da taxa cambial.



O IIPR teve crescimento de 3,30% em dezembro na comparação com novembro de 2023, com altas mais significativas nos preços das sacas de arroz e trigo. Mesmo com o resultado positivo, as quedas nos preços da soja, boi gordo e milho ao longo do ano pressionaram o índice em 2023, gerando deflação.



O descolamento entre IIPR e IPCA Alimentos confirma que a alta dos preços na gôndola não é culpa do produtor e sim um reflexo do processo inflacionário do país.