Exportações de feijão batem recorde e mercado interno desacelera
Enquanto vendas externas somam 85,4 mil toneladas em setembro, consumo interno segue retraído

Exportações de feijão atingem novo recorde enquanto mercado interno desacelera. Foto: CNA / Divulgação

O mercado interno do feijão carioca (notas 9 ou superiores) manteve baixa liquidez entre 2 e 9 de outubro, de acordo com o Indicador Cepea/CNA. Além disso, as chuvas registradas em diferentes estados reduziram o interesse de compra, afetando os preços em diversas regiões.
Em Sorriso (MT), a média caiu 6,23%, passando de R$ 218,33 para R$ 204,72 por saca de 60 kg. Da mesma forma, no Leste Goiano, houve recuo de 4,91%, para R$ 229,07/sc, enquanto em Belo Horizonte (MG) a queda foi de 4,6%, para R$ 250,00/sc. No Noroeste de Minas, o valor diminuiu 2,31%, alcançando R$ 247,79/sc.
Para o feijão carioca (notas 8 e 8,5), o cenário foi semelhante. No Sul Goiano, os preços caíram 4,6%, ficando em R$ 209,09/sc. Em contrapartida, em Belo Horizonte, houve redução de 4,0%, para R$ 205,00/sc, e no Centro/Noroeste Goiano, de 3,2%, com valor de R$ 198,38/sc.
No mercado do feijão preto tipo 1, após valorização em setembro, ocorreram ajustes negativos moderados. Em Curitiba (PR), o preço recuou de R$ 159,07 para R$ 155,50/sc (-2,3%), enquanto na metade sul do estado caiu 2,8%, para R$ 143,33/sc. Por outro lado, no Oeste Catarinense, os negócios se mantiveram estáveis, a R$ 137,74/sc, e em Itapeva (SP) houve valorização de 6,3%, alcançando R$ 170,00/sc.
Exportações batem novo recorde histórico
Apesar da retração no mercado interno, as exportações brasileiras de feijão alcançaram novo recorde histórico em setembro, com 85,4 mil toneladas embarcadas. No acumulado de 12 meses, o volume chegou a 488,4 mil toneladas. Entre janeiro e setembro de 2025, os embarques somaram 361,9 mil toneladas, superando todo o total de 2024.
Mato Grosso lidera como principal exportador, seguido por Tocantins, Paraná, Minas Gerais e Goiás. A Índia concentrou mais da metade das compras (57%), com destaque para feijões do tipo vigna mungo e radiata.
Além disso, o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, avalia que o cenário combina dois fatores opostos: crescimento recorde nas exportações e mercado interno enfraquecido pela menor demanda e pelos efeitos do clima. “A intensificação das chuvas em outubro tende a influenciar esse cenário, principalmente no Paraná, que concentra boa parte da primeira safra de feijão do país”, afirmou.
