A condição de estresse térmico pode reduzir a produtividade devido ao abortamento de estruturas reprodutivas como flores e por consequência diminuição do número de vagens e grãos, chegando em alguns casos a até 50%. A maioria das áreas de feijão irrigado em Mato Grosso, segundo Anderson Cleiton Dutra, técnico agrícola, neste momento encontra-se em estágio de desenvolvimento R6/R7, ou seja, floração plena e formação de vagens. “Estas áreas foram em sua maioria plantadas sob pivôs de irrigação e após a colheita do milho safrinha", detalha. Este período agora em que a cultura está no campo, coincide com a estação da seca, e inverno em todo o Brasil.
“Em Mato Grosso, por exemplo, região que praticamente não chove e ocorre uma elevação considerável na temperatura do ar, onde facilmente durante as horas mais quentes do dia chegam próximas aos 40°C, com diminuição da umidade relativa do ar e mesmo com a irrigação, a quantidade de água fornecida nem sempre é suficiente para a cultura instalada”, relata o profissional.
Ainda segundo Dutra, os sintomas desse problema são mais fáceis de se identificar durante o período reprodutivo da cultura a partir de R5 e R6, fases de início de floração e floração plena. “É quando se observa maior abortamento floral, plantas mais murchas nas horas mais quentes do dia e em alguns casos mais graves o amarelecimento de folhas, indicando que o dano já está em situação praticamente irreversível”, destaca.
Tendência do Climaenbsp;
Uma massa de ar polar esta ganhando força sobre o centro-sul do país e na madrugada do sábado(20) são esperadas geadas desde o interior gaúcho até o interior paranaense. O fenômeno também deve ocorrer de forma mais isolada o centro-sul de Mato Grosso do Sul e no sul de São Paulo.
Neste domingo (21/08), o frio começa a diminuir, o fenômeno ainda poderá ocorrer no interior da região Sul de forma isolada, mas o risco diminui sobre áreas produtoras de milho. As geadas podem ser prejudiciais para as lavouras mais tardias, que ainda estão em fase de desenvolvimento e não atingiram o estágio final de maturação.
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Consequências e prejuízos
Além do abortamento das estruturas reprodutivas já mencionadas, com o estresse térmico, todo o sistema de absorção de nutrientes e metabolismo da planta ficam comprometidos. “O feijoeiro desenvolve-se bem em faixas de temperaturas de 18°C a 30°C, médias noturnas e diurnas, variações fora desta faixa provavelmente irão causar perdas de produtividade”, completa o técnico agrícola.
O estresse térmico pode ocorrer também em outras situações, como, por exemplo, no manejo de algumas doenças de solo. Geralmente, quando isso acontece, o produtor precisa diminuir o volume de água fornecido às plantas, assim a cultura também precisa alterar seu metabolismo e consequentemente sofre reflexos que podem causar prejuízos.
Como evitar
O estresse térmico pode ser evitado através da adição de componentes dentro das células da planta. Alguns produtos hoje no mercado atuam com esse objetivo, como por exemplo, o Stimulus e CaBZn plus da DVA Agro. As tecnologias foram criadas para favorecer os cultivos na proteção dos seus potenciais produtivos, auxiliando nas prevenções de diversos tipos de estresse. Dentre eles, o térmico, onde esses dois produtos vão auxiliar as plantas com fornecimento de aditivos que promoverão a termorregulação natural e termorregulação induzida, auxiliando na preservação da temperatura do tecido vegetal dentro da zona de conforto térmico de funcionamento das plantas. Evitando assim níveis extremos de alteração no metabolismo e consequente desbalanço hormonal que promove diminuição do potencial produtivo imposto pelo estresse térmico.
Raio-X da cultura
O feijão, muito presente na alimentação do brasileiro, é bastante distribuído pelo território, sendo o Paraná o principal produtor. Minas Gerais e Bahia tem grande importância, e esses três estados juntos são responsáveis por praticamente 50% da produção. Mato Grosso participa com aproximadamente 5% do volume total, sendo a área plantada em torno de 100 mil hectares, divididos entre safra, safrinha e terceira safra. “Essa terceira safra ocupa cerca de 70 mil hectares em áreas irrigadas”, conta o técnico agrícola.
São muitas as variedades da leguminosa cultivadas no Brasil, porém, algumas têm mercados específicos, como por exemplo os das variedades mungu, caupi, sempre-verde e fava. Já os de maiores áreas comerciais no Centro-Oeste são o feijão carioca com as variedades madre pérola e dama se destacando, e o feijão preto e o rajado.