Soja impulsiona recorde nos portos do Paraná
Movimentação de soja em grão cresce no Paraná e reforça a liderança do Brasil nas exportações, com forte demanda da China
Paranaguá registra alta nos embarques e amplia investimentos para elevar a capacidade logística. Foto: Claudio Neves / Portos do Paraná
A soja em grão segue como destaque absoluto nos portos do Paraná. Entre janeiro e outubro, o produto respondeu por 21,2% de toda a movimentação portuária no estado. Além disso, o desempenho reforça a liderança do Brasil nas exportações da commodity, especialmente diante da demanda crescente da China.
Soja lidera embarques em Paranaguá
De acordo com o relatório operacional da Portos do Paraná, o estado embarcou 13.015.446 toneladas de soja em grão no período. Isso corresponde a US$ 5,2 bilhões em valor FOB. Além disso, 91% da soja que sai de Paranaguá segue para o mercado chinês, consolidando ainda mais essa parceria comercial.
O mês de outubro também mostrou força. A movimentação cresceu 60% em relação ao ano anterior, passando de 508.876 toneladas para 815.327 toneladas em 2025. Atualmente, 15 terminais são autorizados a movimentar soja em grão no complexo portuário.
Entre os fatores que impulsionam esse desempenho estão a safra recorde no Brasil e a maior procura da China, que reduziu drasticamente as compras nos Estados Unidos em razão dos conflitos tarifários.
Complexo soja ganha força com farelo e óleo
O Porto de Paranaguá mantém a segunda maior movimentação de farelo de soja do país, com 28% das exportações brasileiras. Entre janeiro e outubro, foram embarcadas 5.517.043 toneladas, avaliadas em US$ 1,8 bilhão. O volume representa aumento de 3% frente ao mesmo período do ano passado. Holanda, França, Espanha e Coreia do Sul aparecem entre os principais destinos.
Além disso, Paranaguá continua como líder absoluto na exportação de óleo de soja. Até o fim de outubro, o porto foi responsável por 63% de todo o volume destinado ao mercado internacional, superando 860 mil toneladas. O óleo tem finalidades diversas e atende setores como indústria alimentícia, farmacêutica, química e têxtil.
Obras ampliam capacidade e reduzem o tempo de operação
O Porto de Paranaguá prepara uma série de investimentos que devem aumentar significativamente a capacidade de movimentação do complexo soja.
A construção do Moegão, prevista para começar em janeiro de 2026, será a maior obra portuária pública em andamento no país. O projeto vai centralizar todo o descarregamento ferroviário de granéis sólidos e conectará 11 terminais por correias transportadoras. Assim, a capacidade diária deve subir de 550 para até 900 vagões.
Segundo o diretor de Operações Portuárias, Gabriel Vieira, o Moegão poderá receber 24 milhões de toneladas de grãos e farelos ao ano, elevando a produtividade e reduzindo gargalos.
Outro projeto estratégico é o novo Píer em “T”, que contará com quatro berços e um sistema de carregamento considerado o mais rápido do mundo. Enquanto os equipamentos atuais movimentam três mil toneladas por hora, a estrutura projetada poderá carregar até oito mil toneladas no mesmo período.
Canal mais profundo deve atrair navios maiores
O aprofundamento do canal de acesso, previsto após a concessão na B3, permitirá a atracação de embarcações maiores. O calado aumentará dos atuais 13,3 metros para 15,5 metros, em até cinco anos. Com isso, cada navio poderá levar até 14 mil toneladas adicionais sem custos extras de operação.
Essas mudanças, somadas, devem elevar ainda mais a competitividade do Porto de Paranaguá. Além disso, vão aumentar a segurança nas manobras, encurtar o tempo de operação e reduzir custos logísticos para toda a cadeia da soja no Paraná.
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