Exportações brasileiras enfrentam tarifa de 50% dos EUA com impactos imediatos como cancelamentos de embarques e insegurança jurídica
As exportações brasileiras já enfrentam consequências diretas após a nova ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última quinta-feira (31). A medida amplia o chamado “tarifaço” e impõe uma tarifa de 50% sobre produtos do Brasil, válida a partir de 6 de agosto.
Segundo análise da IBL World, com base em Miami, a decisão já resultou em cancelamentos de embarques, retração de contratos e aumento da insegurança jurídica para exportadores e compradores.
Os EUA são o segundo principal destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. Os Estados Unidos pouparam quase 700 itens da sobretaxa, incluindo os dos setores aeronáutico, energético e agrícola. Em contrapartida, aplicaram a tarifa a produtos como carnes, frutas e café, que agora enfrentam impactos mais severos.
Com a medida, a competitividade brasileira no mercado norte-americano é colocada em xeque. Contratos foram interrompidos, e os reflexos imediatos aparecem na logística internacional.
Nas últimas semanas, muitos exportadores correram para embarcar cargas antes da vigência da nova tarifa. Houve aumento de até 30% no volume de cargas enviadas aos EUA. Agora, no entanto, os embarques estão estagnados.
De acordo com a IBL World, alimentos processados, carnes e laminados metálicos lideraram essa corrida. Porém, com o prazo apertado e a incerteza sobre o novo cenário, há registros de cancelamentos de bookings e recuos de compradores norte-americanos.
Os impactos já são visíveis. Produtos embalados e etiquetados para o mercado americano agora estão parados, sem destino claro. Com contratos suspensos, os exportadores enfrentam dúvidas legais e logísticas sobre como redirecionar os lotes.
Há relatos de perdas milionárias, com empresas tentando renegociar destinos ou armazenar cargas. O clima, segundo especialistas, é de cautela total.
A principal preocupação, no entanto, é a insegurança jurídica. A incerteza sobre a aplicação das tarifas leva empresas a adiar novos projetos e dificulta decisões comerciais no Brasil e nos Estados Unidos.