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Morte de cavalos por ração contaminada expõe riscos de falhas na fiscalização agropecuária

Tragédia acende alerta sobre o autocontrole e o impacto da proposta de privatização das inspeções em alimentos destinados ao consumo humano

Morte de cavalos por ração contaminada expõe riscos de falhas na fiscalização agropecuária

Tragédia com cavalos expõe riscos do autocontrole e da proposta de privatização das inspeções agropecuárias no Brasil. Foto: Anffa Sindical/Divulgação

Foto do autor Redação RuralNews
07/07/2025 |

A morte de 645 cavalos que consumiram uma ração contaminada da marca Nutratta Nutrição Animal Ltda reforçou as preocupações do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) quanto à fragilidade da fiscalização agropecuária no Brasil. Só no estado de São Paulo, foram registrados 287 óbitos causados por uma toxina capaz de provocar falência hepática e sintomas neurológicos irreversíveis em equinos, suínos, bovinos e até cães.

Segundo o Anffa Sindical, a tragédia evidencia os riscos do modelo de autocontrole e da escassez de profissionais para fiscalizar os estabelecimentos do setor. A entidade também alerta para o projeto do governo federal que prevê a privatização das inspeções ante mortem e post mortem de animais destinados ao abate e consumo humano, o que, segundo o sindicato, pode comprometer a segurança alimentar da população.

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A contaminação foi causada por monocratalina, uma toxina produzida por plantas do gênero Crotalaria. Os equinos, alojados em haras de seis estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Alagoas — apresentaram sintomas como agressividade súbita, desorientação, distúrbios do sono, dificuldade de locomoção e comportamentos associados à demência.

Para o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo, o episódio mostra a importância de uma fiscalização agropecuária contínua e independente. “Essa é uma missão de Estado que não pode ser delegada a terceiros, sob pena de causar prejuízos vultuosos para o país”, afirmou.

A entidade aponta que a combinação entre o número insuficiente de auditores fiscais e a baixa frequência de inspeções em estabelecimentos que operam com base no autocontrole representa um risco adicional. Além disso, ressalta a fragilidade das sanções previstas na legislação, como a aplicação de multas e medidas cautelares.

A proposta de mudança nas regras de fiscalização permitiria que frigoríficos contratassem empresas privadas para realizar as inspeções, o que, segundo o sindicato, criaria um cenário de conflito de interesses. O modelo é considerado arriscado tanto para a saúde pública interna quanto para a reputação do Brasil no mercado internacional.

“A morte dos cavalos é apenas um exemplo dos prejuízos econômicos, afetivos e genéticos que podem advir de uma fiscalização agropecuária deficiente. Estamos falando da proteção à saúde pública, da integridade dos alimentos e da preservação da credibilidade do Brasil como exportador”, declarou Janus Pablo Macedo. Para ele, transferir funções exclusivas do Estado para empresas privadas que mantêm vínculos com os próprios fiscalizados compromete a segurança do sistema como um todo.

TAGS: #Cavalos # Ração
# Ração Contaminada # Fiscalização agropecuária # Anffa Sindical #
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Editor RuralNews
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