O Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) de Santa Tereza do Oeste promoveu dia 28 de novembro a V Jornada Tecnológica em Fruticultura. Desta vez, o destaque foi a viticultura. O evento foi destinado a produtores rurais, estudantes e técnicos da área e ganhou relevância após o lançamento no mês de novembro do Revitis, destinado a estimular a produção de uvas no Paraná.
O dia de campo contou com quatro palestrantes e foi conduzido por Alessandra Detoni, pesquisadora do Iapar de Santa Tereza do Oeste e coordenadora técnica do Revitis.
Alessandra falou sobre a implantação do pomar, cuidados básicos, escolha de variedades e produção de muda. “Produtor precisa definir a finalidade de seu pomar antes de implantar”, disse.
Já Rosemeire de Lellis, da Embrapa Uva e Vinho, falou sobre o controle de doenças no parreiral. Entre elas o míldio, antracnose, mancha das folhas, ferrugem e oídio. A mais perigosa delas é o míldio. “Para evitar essas doenças o produtor já tem que escolher um material propagativo sadio, adubação equilibrada, podas e o controle químico”, alertou.
O outro palestrante foi Reginaldo de Souza, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho. Reginaldo na variedade BRS Vitória. Ela é uma cultivar de uva de mesa preta sem sementes, com sabor aframboesado extremamente agradável, bem adaptada ao cultivo em todas as regiões do país. Apesar do pequeno tamanho de cachos e bagas em relação ao padrão de uvas de mesa, vem conquistando consumidores no Brasil e exterior. O seu uso tem contribuído para a expansão da área de produção de uva de mesa no Brasil, abrangendo desde as fazendas no Vale do Rio São Francisco, no Nordeste, até as áreas de agricultura familiar da região Sul.
A BRS Vitória é tolerante à principal doença da videira, o míldio. Isso a diferencia de outras variedades, pois precisa de menos tratamentos fitossanitários (principalmente fungicidas), diminuindo os custos de produção e riscos de contaminação ambiental, garantindo a segurança de produtores e consumidores. Essa cultivar é a principal uva em exportação pelo Brasil, especialmente para o mercado europeu. “Uma cultivar testada e adaptada à região. Uma boa opção ao produtor”, disse.
Por fim o técnico da Emater de Toledo, Celso Potrich, falou sobre a poda, que é uma das principais práticas para manter o parreiral sadio e produtivo. Poda seca, poda verde, desfolha e outras práticas foram abordadas pelo extensionista.
Revitis
O Revitis vai integrar os atores da cadeia produtiva da uva, capacitar produtores e reestruturar a rede estadual da pesquisa para a viticultura, além da promover o turismo relacionado à cultura da uva e derivados. Haverá linhas de financiamento e acompanhamento técnico. A viticultura e a vitivinicultura (produção para vinhos) têm potencial de aumentar o leque de alternativas para a geração de renda nas pequenas propriedades rurais, porque conseguem gerar mais oportunidades de emprego do que culturas extensivas.
No Paraná, falta uva para atender o aumento da demanda para a indústria instalada, cuja capacidade de processamento cresce todos os anos. Os produtores estaduais importam mais de 90% das uvas de mesa que utiliza para fazer sucos e vinhos coloniais e cerca de 84% das uvas para vinhos finos.