O setor agroexportador brasileiro seguiu apresentando bom desempenho em 2019. Segundo pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o volume de produtos embarcados pelo setor atingiu novo recorde e cresceu quase 6% no ano frente ao anterior. No entanto, a queda superior a 8% nos preços médios derrubou o faturamento em dólar do setor, que caiu mais de 4%.
Os produtos que mais contribuíram para o aumento das vendas em volume em 2019 foram milho, algodão em pluma, café e carnes. Pesquisadores do Cepea destacam que o faturamento em Reais no ano caiu mais de 13%, já que, além da queda dos preços médios em dólar, a apreciação da moeda nacional também reduziu a atratividade das vendas externas do setor.
As vendas brasileiras para a China continuam em patamar elevado. A participação chinesa nas exportações totais do setor ficou em 32%, e a soja em grão continua sendo o produto mais importante da relação comercial entre os dois países. Além disso, o setor de pecuária se beneficiou da ocorrência da Peste Suína Africana (PSA) no país asiático, uma vez que os chineses incrementaram as compras de carnes bovina, suína e de aves do Brasil.
Ainda assim, pesquisadores do Cepea indicam que a participação da China caiu um pouco em 2019 frente ao ano anterior. Por outro lado, destinos como Zona do Euro, Estados Unidos, Japão e Irã aumentaram a participação na pauta das vendas externas dos produtos do agronegócio brasileiro. Hong Kong e Coreia do Sul também se destacaram como importantes parceiros comerciais do Brasil ao longo do ano passado.
Balança comercial
Por mais um ano, o agronegócio brasileiro cumpriu sua função de garantidor da estabilidade monetária, já que a boa oferta de produtos agrícolas contribuiu para a manutenção da inflação em níveis baixos, quando comparados com seu histórico ao longo do tempo. Além disso, o setor também deu importante suporte para a estabilidade do câmbio, visto que gerou expressivo superávit em suas relações comerciais com o resto do mundo, proporcionando significativa entrada de divisas no País, que compensaram o déficit comercial proveniente de outros setores produtivos.
Enquanto o saldo comercial dos outros setores ficou negativo em quase US$ 36 bilhões em 2019, o superávit gerado pelo agronegócio foi superior a US$ 83 bilhões no ano, mais que compensando o déficit gerado pelos outros setores da economia brasileira (dólar). Nesse cenário, a balança comercial brasileira fechou o ano com superávit superior a US$ 46 bilhões.
Fonte: Cepea