Dados tema: 91
HOME | Notícias | Economia

Sanções à Rússia ameaçam o agro brasileiro

Sanções à Rússia podem aumentar custos e prejudicar exportações do agronegócio brasileiro, que depende de insumos russos essenciais

Sanções à Rússia ameaçam o agro brasileiro

Dependência de insumos russos e risco às exportações elevam a tensão no agronegócio brasileiro. Foto:

Foto do autor Redação RuralNews
01/08/2025 |

O Brasil corre risco de sofrer sanções secundárias da OTAN por manter relações comerciais com a Rússia. Segundo o Radar Agro, relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA, essas medidas, apoiadas pelos Estados Unidos, ameaçam tanto as importações de insumos agrícolas quanto as exportações para o mercado russo. O presidente norte-americano Donald Trump propôs tarifas de até 100% e penalidades para países que seguirem negociando com Moscou. O prazo final para recuo termina em 8 de agosto.

Dependência crítica de fertilizantes e combustíveis russos

Publicidade
Alexa
Publicidade
Banner publicitário

Essa situação coloca o agronegócio brasileiro em alerta, já que o país importa 26% dos fertilizantes e 15% dos combustíveis da Rússia. Juntos, esses produtos representam 84% do valor total importado do país europeu. A forte dependência compromete a estabilidade da produção agrícola.

Em 2024, a Rússia forneceu 53% do MAP, 40% do cloreto de potássio (KCl) e 20% da ureia comprados pelo Brasil. O volume total chegou a US$ 3,7 bilhões, ou 27% das importações de fertilizantes. Substituir esses fornecedores exige tempo, negociação e investimentos. Países como Canadá, Marrocos e Nigéria aparecem como alternativas, mas a concorrência global por insumos dificulta a transição. Além disso, a produção nacional ainda é insuficiente para suprir a demanda do setor. No caso dos combustíveis, um bloqueio aumentaria os custos com frete, mas também pode estimular o uso do biodiesel.

Exportações agrícolas enfrentam riscos significativos

O impacto não se limita aos custos. As exportações brasileiras de amendoim, ervilha e amido podem sofrer perdas. A Rússia recebe 27% do amendoim, 22% da ervilha e 11% do amido exportados pelo Brasil. O mercado de amendoim é o mais sensível, pois além da forte presença russa, os outros principais compradores — Argélia e Holanda — compram volumes limitados. Por isso, redirecionar os embarques será difícil, principalmente com estoques mundiais já abastecidos.

Cenário mais estável para o trigo brasileiro

No setor do trigo, a situação é menos preocupante. O Brasil importa apenas 11% do cereal da Rússia. A maior parte vem da Argentina e do Uruguai, que juntos representam 75% das compras brasileiras. Com uma boa safra argentina prevista para 2025, o abastecimento está garantido. Caso o trigo russo perca competitividade, o Brasil pode enfrentar mais concorrência por fornecedores alternativos, mas tem margem para se adaptar.

Incertezas políticas elevam a tensão no agronegócio

O ambiente é de incerteza. Senadores brasileiros que visitaram os EUA recentemente foram informados de que o Congresso americano planeja aprovar uma lei para impor sanções a países que mantêm negócios com a Rússia. O setor do agronegócio segue atento às definições políticas que serão decisivas para o futuro das relações comerciais e da competitividade brasileira.

TAGS: #Sanções # Rússia
# Agro Brasileiro # Exportações # Sanções à Rússia # Insumos
...
Editor RuralNews
Vamos deixar essa matéria mais interessante com seu ponto de vista? Faça um comentário e enriqueça esse conteúdo...

Publicidade
Aspirador Robô
Publicidade
Plantadeiras
Publicidade
Banner publicitário