Ipea projeta PIB brasileiro em 2,2% para 2025 e 1,6% para 2026, com desaceleração gradual da economia
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a projeção de crescimento da economia brasileira. Para 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,2%. Para 2026, a expectativa é de 1,6%. Os dados são da nova edição da Visão Geral da Conjuntura, divulgada na última quinta-feira (2).
O segundo trimestre confirmou a desaceleração prevista pelo Ipea. Por isso, o Grupo de Conjuntura reduziu as estimativas em relação às projeções anteriores, que indicavam crescimento de 2,4% em 2025 e 1,8% em 2026. Essa revisão se deve, entre outros fatores, à manutenção de juros reais elevados por mais tempo e às alterações no padrão sazonal das contas nacionais trimestrais.
O setor de serviços deve seguir impulsionando o crescimento, com alta prevista de 1,8% em 2025 e 1,6% em 2026. A agropecuária deve encerrar 2025 com expansão de 9% e crescer 1,7% em 2026.
A indústria de transformação sofrerá mais com a política de juros altos, enquanto setores menos dependentes do crédito, como a indústria extrativa, devem ter desempenho positivo. Os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo, devem cair 0,4% no terceiro trimestre, mas terminar 2025 com alta de 3,4% e avançar 0,8% em 2026.
No setor externo, as exportações devem subir 1,3% no terceiro trimestre, enquanto as importações se mantêm estáveis. Para o acumulado do ano, o crescimento das exportações deve ser de 3,3% em 2025 e 3,1% em 2026. Já as importações devem avançar 5,5% e 3% nos respectivos anos.
A taxa Selic deve permanecer em 15% até o fim de 2025, segundo decisão recente do Copom. Com a inflação em queda e expectativas mais estáveis, o Ipea projeta cortes em 2026, levando os juros para cerca de 12,5% ao final do próximo ano.
Além disso, o câmbio deve apresentar leve valorização do real, refletindo menor confiança no dólar como reserva global. As projeções indicam R$ 5,40 para 2025 e R$ 5,32 em 2026.
A inflação acumulada em 12 meses caiu para 5,1% em agosto. Apesar do cenário mais favorável, o Ipea alerta para pressões que ainda podem persistir. A previsão para o IPCA em 2025 recuou de 5,2% para 4,8%. Para o INPC, a estimativa caiu de 4,9% para 4,5%.