O México, pela primeira vez, está ultrapassando o Brasil em exportações de suco concentrado de laranja para os Estados Unidos.
O México começou a avançar no mercado americano de suco após o Nafta, acordo comercial entre Canadá, Estados Unidos e México. Renovado, o acordo passou a ser denominado USMCA.
Sem tarifas nesses países, o suco mexicano concentrado ganhou competitividade. Já o brasileiro paga US$ 415 por tonelada que entra nos Estados Unidos. Isso representa próximo de 25% do valor do produto. O suco brasileiro não concentrado tem taxa de 3%.
As exportações mexicanas ganharam corpo após 2017, quando, pela primeira vez, superaram as 100 mil toneladas exportadas.
O furacão Irma provocou grande estrago nos pomares da Flórida naquele ano, e as estimativas eram de redução de produção por pelo menos cinco anos.
Com isso, as empresas americanas fizeram contratos antecipando compras no Brasil e no México por várias safras.
Ao contrário do que se imaginava, o desastre não ocorreu e a safra da Flórida se recuperou logo no ano seguinte. O mercado agora enfrenta uma boa safra de laranja no Brasil e nos Estados Unidos, mas uma quebra, devido ao clima, no México.
Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, afirma que o cenário para o médio prazo é muito perigoso.
Os estoques brasileiros estavam em 854 mil toneladas em dezembro último, 42% mais do que em igual período de 2018.
Já os estoques americanos subiram para 362 mil toneladas na safra passada, o maior volume em seis anos. E o consumo americano anual, um dos principias no mundo e que era de 1 milhão de toneladas no início dos anos 2000, está em 570 mil toneladas.
fonte: folha de sp