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Mercado de açúcar pode ter alcançado um equilíbrio de curto prazo entre 18,7 c﹩/lb e 20 c﹩/lb, segundo análise da hEDGEpoint Global Markets

Entre os fatores com maior impacto sobre os preços na ICE, nos últimos dias, estão a recuperação do petróleo, La Niña, Ômicron e política monetária

Abalados no fim de novembro por uma tendência de liquidação dos títulos em função do surgimento da variante Ômicron (Covid-19), os preços do açúcar orbitam entre 18,7 c﹩/lb e 20 c﹩/lb na Bolsa de Nova Iorque (ICE). O equilíbrio de curto prazo depende de uma série de fatores conflitantes para se manter no ano que vem, na avaliação da hEDGEpoint Global Markets.
"A menor disponibilidade está longe de ser um novo tópico de discussão, assim como as paridades indiana, brasileira e chinesa: todas apontam para essa faixa de preço", diz a analista de inteligência de mercado da hEDGEpoint Global Market, Lívea Coda.


Segundo ela, o aumento no preço da energia e a recuperação do petróleo ajudam a explicar as altas recentes. "Junto à perspectiva das condições climáticas de La Niña, esses fatores contribuíram para o movimento recente do açúcar bruto, cotado acima de 19,5 c﹩/lb", acrescenta.


Do lado baixista, a nova variante da Covid e medidas de restrições à mobilidade, além da manutenção das agendas contracionistas por parte dos Bancos Centrais, podem afetar negativamente os preços, de acordo com a especialista, que estima um aumento de 525 para 550 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (33,8 milhões de toneladas de açúcar) na safra de 2022/2023, em relação à temporada anterior.


"Está cada vez mais claro que estamos em um cenário estável até que algo aconteça. Sobre os fundamentos do mercado, não temos nenhum outro problema de oferta além dos já conhecidos e, também, não temos nenhuma nova evidência de demanda intensa", observa Coda.


No cenário internacional, a colheita do México atrasou devido às chuvas, que também são responsáveis ​​por perdas na Austrália. Enquanto isso, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) revisou para baixo a produção de açúcar americana devido ao menor teor de açúcar, aumentando suas importações de forma a equilibrar o resultado. A demanda chinesa por açúcar e a perspectiva da safra brasileira devem ser, nesse cenário, os fatores de maior impacto sobre os preços em 2022.


"Assumindo que a China importe 5,5 milhões de toneladas, sua média histórica, e a safra indiana se mantenha tão positiva quanto tem sido até agora, assim como seu ritmo de exportação, que atingiu quase um milhão de toneladas até o dia 6 de dezembro, teríamos um cenário bastante apertado nos próximos meses", prevê.


"Nesse cenário, o maior suporte aos preços continuaria sendo a paridade de exportação indiana. Mas não haveria um problema de oferta a partir do 2º trimestre, gerando uma tendência baixista para os spreads. Entretanto, se continuarmos vendo a China com um grande apetite, o 2º trimestre pode ser mais equilibrado que superavitário, assim, a arbitragem de importação chinesa se torna um floor aos preços do açúcar", conclui a analista.


A partir do 2º trimestre, a extensão do excesso de oferta dependerá, além da demanda chinesa, tanto da recuperação da cana brasileira quanto da paridade dos preços do açúcar com o etanol, de acordo com o relatório da hEDGEpoint Global Markets.



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