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Farsul busca destravar recursos para ampliar prorrogação de dívidas rurais

Federação solicita mudanças no sistema financeiro para garantir efetividade das prorrogações

Farsul busca destravar recursos para ampliar prorrogação de dívidas rurais

Foto: Freepik

Foto do autor Redação RuralNews
05/05/2025 |

Com o anúncio iminente da prorrogação das dívidas dos produtores rurais pelo Governo Federal, surge um novo desafio: garantir recursos suficientes para ampliar o número de contratos contemplados. A medida foi confirmada, mas ainda é preciso assegurar que haja valores disponíveis para atender à demanda gerada.

Apesar de as instituições financeiras serem obrigadas a ofertar crédito rural, apenas uma parte delas atua diretamente. A maioria utiliza o Depósito Interfinanceiro Vinculado ao Crédito Rural (DIR), repassando os valores com lucro garantido e sem risco. Já os bancos que operam na ponta — financiando diretamente o produtor — enfrentam margens espremidas ou negativas, pois o custo de captação é igual ao retorno permitido, sem contar os custos operacionais e o risco de inadimplência.

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Esse modelo, segundo a Farsul, torna o sistema ineficiente, já que recompensa quem repassa recursos em detrimento de quem concede crédito direto com análise de risco. O resultado é uma realocação inadequada de esforços e recursos, prejudicando o objetivo da política de crédito rural.

Com isso, instituições que financiam diretamente os produtores se tornam mais cautelosas, dificultando o acesso ao crédito, especialmente para os considerados de maior risco — ainda que estejam dentro das regras do crédito rural.

“Quando falta recurso para prorrogação, a instituição ou não faz, ou cobra juros de 2% a 3% ao mês, enquanto outras, com sobras, preferem emprestar para quem paga mais, o que não é o caso das que estão com carteira estressada”, alerta o economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz. “Não adianta anunciar prorrogação se o banco não tiver recursos.”

Segundo Luz, mesmo que uma instituição concorde em repassar o valor sem ganho — apenas com a taxa de juros que receberia —, ela ainda terá prejuízo se isso for inserido no Plano Safra, pois arcará com custos futuros e taxas atuais, reduzindo a quantidade de recursos disponíveis. A baixa disposição dos bancos em operar com margens nulas ou negativas pode comprometer a oferta de crédito rural, afetando principalmente pequenos e médios produtores em regiões menos atendidas.

Para contornar esse cenário, a Farsul encaminhou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) um ofício solicitando taxa de intermediação zero no DIR. A entidade reconhece que a cobrança é comum, mas destaca que o Banco Central ainda não fixou nenhuma taxa oficial. A Federação argumenta que a cobrança de juros no DIR descaracteriza a natureza da operação, que deveria servir para ampliar o crédito ao produtor, e representa uma forma de lucro indevido por parte de agentes financeiros.

Esse modelo reduz a oferta de crédito e agrava o cenário do agronegócio gaúcho. “A escassez de recursos é crítica por causa das múltiplas prorrogações. Estamos propondo medidas para liberar recursos e atender os produtores gaúchos”, diz Luz. “A estimativa é que a mudança aumente em até 20% a carteira das instituições, o que dará fôlego para prorrogações mantendo os juros contratados.”

TAGS: #Farsul # Recursos
# Prorrogação de dívidas rurais # Dívidas rurais
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Editor RuralNews
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