Paraná lidera pesquisa sobre javalis para apoiar políticas de controle
Estudo pioneiro vai mapear presença do animal no meio rural e subsidiar ações contra prejuízos sanitários, econômicos e ambientais.
Espécie exótica causa impactos no campo e será monitorada em pesquisa conduzida pelo Paraná. Foto: Sistema FAEP / Divulgação
O Paraná assume papel central em uma iniciativa inédita para mapear a presença de javalis no meio rural brasileiro. Durante a reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Javali, em 14 de novembro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou que realizará uma pesquisa nacional sobre o tema, com participação ativa de entidades paranaenses.
O levantamento busca fornecer dados concretos sobre os impactos do javali, que ainda são baseados em suposições. Segundo Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP, “até hoje não temos informações precisas sobre onde e quanto essa espécie afeta o agronegócio brasileiro”.
No Paraná, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) coordenará a coleta de dados, enquanto o Instituto Água e Terra (IAT) e o Batalhão de Polícia Ambiental (BPMA) também apoiam a iniciativa. A pesquisa usará quatro questionários digitais destinados a diferentes perfis de profissionais rurais. Conforme explica a fiscal do Mapa, Juliane Galvani, o objetivo é gerar informações confiáveis para políticas públicas eficientes, sem caráter de fiscalização. “Quanto maior o número de respostas, mais próximo da realidade será o panorama que construiremos”, acrescenta.
O javali, animal exótico sem predadores naturais, se reproduz rapidamente e causa diversos danos. Entre eles estão a destruição de lavouras, a transmissão de doenças, prejuízos ambientais e a predação de espécies nativas. Por isso, desde 2013, o Ibama autoriza a caça para controlar a população, embora ainda faltem dados precisos sobre a extensão do problema.
Além da pesquisa, o Sistema FAEP produziu uma cartilha orientativa para produtores paranaenses sobre riscos e manejo do javali. O material traz informações históricas, impactos econômicos, ambientais e sanitários e descreve práticas autorizadas de controle populacional. A iniciativa contou com o apoio do Mapa, Ibama, Adapar, IAT, Associação Paranaense de Suinocultores, Sistema Ocepar e Exército Brasileiro.
