Mapa barra entrada de besouro exótico em mel trazido da Bielorrússia
Cryptophagus scanicus foi identificado em favo de mel transportado por passageiro no Aeroporto de Guarulh

Foto: Ministério da Agricultura e Pecuária/Divulgação

A equipe do sistema de Vigilância Agropecuária (Vigiagro) do Aeroporto de Guarulhos impediu a entrada no Brasil do besouro Cryptophagus scanicus, espécie exótica com potencial de infestação em criações de abelhas. A presença desse inseto ainda não havia sido registrada no país, e seu impacto no sistema de produção nacional e ambiental é considerado imprevisível.
A apreensão ocorreu durante uma inspeção de rotina. Uma servidora do Vigiagro identificou mel e outros produtos agropecuários vindos da Bielorrússia na bagagem de um passageiro. No favo de mel, havia larvas e besouros, e o material foi enviado ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Goiás. A identificação da espécie foi confirmada por meio de exame de DNA.
O Vigiagro e o LFDA são estruturas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), responsável pela fiscalização de produtos com potencial de risco sanitário.
Segundo Marcelo Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, a entrada do Cryptophagus scanicus em favos de mel sem o cumprimento dos requisitos sanitários representa risco significativo para o país.
A importação dos produtos apreendidos descumpria a Instrução Normativa nº 21, de 2013, que exige a apresentação de Certificado Veterinário Internacional para garantir condições sanitárias adequadas e ausência de parasitas externos em produtos apícolas.
Os Cryptophagus scanicus são conhecidos como besouros de fungos de seda. Adultos e larvas são fungívoros e podem ser encontrados em colmeias, ninhos de outros himenópteros, madeira podre, lã, pelos e penas. Podem transmitir esporos de fungos aos produtos e favorecer o crescimento fúngico.
Apesar de não constarem na lista de doenças de notificação obrigatória prevista na Instrução Normativa nº 50, de 2013, esses besouros estão sujeitos a medidas de defesa sanitária animal por sua capacidade de veicular agentes patogênicos, como Ascosphaera apis, causador da doença da cria-giz, e Nosema apis, que provoca nosemose, enfermidade que afeta o sistema digestivo das abelhas.
A atuação do Mapa impediu um potencial risco à apicultura e ao meio ambiente brasileiro.
