Brasil reforça defesa agropecuária e consolida liderança no comércio global
Investimentos em prevenção, fiscalização e estrutura sanitária ampliam a segurança da produção e fortalecem a presença brasileira nos mercados internacionais
Medidas estruturantes em sanidade animal e inspeção reforçam a segurança da produção agropecuária brasileira. Foto: Percio Campos / Mapa
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vem fortalecendo, de forma contínua, o sistema brasileiro de defesa agropecuária. Para isso, o governo tem ampliado investimentos em prevenção, vigilância sanitária e reforço da força de trabalho. Como resultado, o país amplia a capacidade de resposta a emergências e consolida seu reconhecimento internacional.
Reconhecimento internacional reforça sistema sanitário
Em 2025, esse trabalho resultou no reconhecimento do Brasil pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) como o maior exportador de carne do mundo. Esse avanço ocorreu após a retirada da vacinação contra a febre aftosa e o reconhecimento internacional do novo status sanitário brasileiro.
Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a conquista reflete a robustez do sistema nacional. “A força desse sistema permite conquistas históricas. Ser reconhecido pelo USDA como o maior produtor mundial de carne bovina é um orgulho brasileiro”, afirmou.
Além disso, o resultado é fruto de décadas de atuação técnica e institucional. Ao longo desse período, medidas estruturantes elevaram o nível de segurança sanitária, ampliaram o acesso a mercados internacionais e reforçaram a credibilidade do Brasil junto a parceiros comerciais mais exigentes.
Banco de antígenos amplia capacidade de resposta
Entre as principais iniciativas estratégicas está a estruturação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa. A medida fortalece a capacidade de resposta rápida a emergências sanitárias, ao garantir a disponibilidade imediata de antígenos para a produção de vacinas, caso seja necessário.
De acordo com o Mapa, o modelo segue as boas práticas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). “Isso mostra a robustez do sistema e comprova que o Brasil está preparado, sobretudo porque as crises sanitárias são cada vez mais recorrentes”, ressaltou Fávaro.
O projeto resulta de anos de trabalho de técnicos, pesquisadores e servidores do ministério, em parceria com outras instituições. Além disso, conta com apoio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e de empresas internacionais, como a Biogénesis, da Argentina.
A empresa contratada ficará responsável pela produção de um estoque de até 10 milhões de doses de antígenos. Dessa forma, será possível iniciar imediatamente a fabricação de vacinas em situações emergenciais, além de garantir rápida distribuição conforme a demanda do Mapa.
Fiscalização e inspeção ganham reforço
Paralelamente às ações preventivas, o ministério avançou no fortalecimento da fiscalização e da inspeção sanitária. Nesta quinta-feira, foram publicadas no Diário Oficial da União as Portarias nº 122, nº 1.493 e nº 1.494.
As normas credenciam as primeiras empresas para prestar serviços de apoio à inspeção ante mortem e post mortem de animais destinados ao abate, conforme a Portaria nº 861/2025. As empresas serão responsáveis pela contratação de médicos-veterinários para executar as atividades.
No entanto, todas as ações ocorrerão sob supervisão de auditores fiscais federais agropecuários com formação em medicina veterinária. O modelo, portanto, não altera as atribuições legais do Serviço de Inspeção Federal (SIF) nem modifica as competências da inspeção oficial.
Ampliação da força de trabalho no campo
Além disso, o Mapa intensificou o chamamento de servidores aprovados em concurso público. Com isso, amplia a presença do Estado nas ações de fiscalização, vigilância e controle sanitário em todo o território nacional.
Segundo o ministério, a medida contribui diretamente para a eficiência e a robustez do sistema de defesa agropecuária. Assim, o país fortalece a proteção da saúde animal e da segurança dos alimentos.
Status livre de febre aftosa sem vacinação
Em 2025, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro Carlos Fávaro receberam da diretora-geral da OMSA, Emmanuelle Soubeyran, o certificado que reconhece o Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação.
A conquista encerra um processo iniciado há mais de 60 anos. Além disso, abre novas oportunidades de acesso aos mercados mais exigentes do mundo. Nesse contexto, a implantação do banco brasileiro de antígenos integra a estratégia de biossegurança adotada por países livres da doença.
Dessa forma, o fortalecimento da defesa agropecuária consolida-se como um dos pilares para a liderança brasileira no comércio global de produtos agropecuários.
