HOME | Notícias | Commodities

Especialista destaca fatores que podem influenciar mercado de commodities em 2025

Dúvidas quanto ao clima na Argentina e para a safrinha no Brasil, inverno no Hemisfério Norte, possível redução da área plantada de soja nos EUA e tensões geopolíticas com a posse de Donald Trump vão ser os ingredientes principais do mercado de commodities em 2025, segundo Marcelo Gavlik, da Getreide Investimentos

Especialista destaca fatores que podem influenciar mercado de commodities em 2025

Para Marcelo Gavlik, a produção da Safra Verão 2024/25 aqui no Brasil está bem definida, mas não nos países vizinhos, como a Argentina

Foto do autor Redação RuralNews
09/01/2025 |

Ano novo, vida nova. E novas perspectivas para o mercado de commodities no Brasil e no mundo. O especialista Marcelo Gavlik, da Getreide Investimentos, traçou com exclusividade para o portal RuralNews, um possível cenário de fatores que podem influenciar o comportamento do mercado em 2025.

Publicidade
Banner publicitário

O clima, como sempre, é um dos fatores determinantes. Na Argentina, a falta de chuvas está forçando os hermanos a atrasar a janela de plantio. Isso gera dúvidas de quanto vai ser produzido por lá. “Um dos pontos que chama a atenção é o fato de a Bolsa de Rosário estar cortando as pontuações de ótimo e bons das lavouras argentina”, salienta Marcelo.

A produção da Safra Verão 2024/25 aqui no Brasil está bem definida, mas no país vizinhos, o ambiente é de indefinição, faltando chuvas e com temperaturas altas.

E no hemisfério norte o clima de inverno também preocupa, principalmente na Rússia. Está havendo menos cobertura de neve por lá e o frio intenso, chamado “winterkill” mata a planta. E esse fator de risco está deixando o mercado em atenção.

O clima da safrinha aqui no Brasil também e outro fator importante. “A La Niña tem ganhado força além do esperado”, afirma Marcelo. “Isso pode fazer cortar a chuva mais cedo ou ocasionar geadas precoces no Sul, o que coloca nosso milho safrinha em alerta”, ressalta.

A janela de plantio a partir de abril e o mercado climático até junho nos EUA também é um fator de atenção, segundo Marcelo. “O EUA está fazendo bastante conta para decidir se vai para o milho, se vai reduzir a área de soja ou se mantém as mesmas áreas. “A principio é esperado uma redução da área de soja, mas o mercado está vendo a soja cair e precisa dar uma sustentada nos preços, especialmente pela tensão geopolitica com a China", diz.

Para ele, plantando mais milho, os EUA conseguem construir mais e os compradores são mais dispersos. "Já optando pela soja, as vendas ficam muito concentradas na China. Assim, a China não comprando soja americana, eles so poderão comprar do Brasil e a gente poderia ter prêmios mais firmes, com a Bolsa de Chicago mais fraca”, diz Marcelo.

“Para o segundo semestre, que é a janela americana, eles teriam que se proteger desse cenário aumentando a área de milho sobre a área de soja. Mas isso dependeria da janela de plantio, porque o milho planta antes e a janela fecha antes…. Então, se na largada do plantio americano em abril o clima estiver bom, a tendência é fazer mais milho. E o clima também vai influenciar na condução da produção americana em seguida”, alerta o especialista.

As tensões geopolíticas também vão influenciar muito o mercado. Segundo Marcelo, há uma expectativa muito grande de um acordo de paz entre Russia e Ucrania, com a Ucrânia cedendo territórios. “Se isso acontecer, vai tirar uma pressão de alta dos preços do mercado. O risco dos seguros diminui, barateia-se o frete marítimo, os portos serão reformados e vão exportar mais e os insumos para plantar na Ucrânia vão chegar com mais tranquilidade. Isso seria um fator baixista”, salienta Marcelo.

Temos também a guerra comercial da China com os EUA. “Donald Trump se elegeu prometendo essa guerra e montou uma equipe condizente. A guerra está meio posta e a questão agora e o tamanho do impacto que vai gerar. A China se preparou para resistir no primeiro semestre, mas no segundo semestre não tem o que fazer.

"Se a gente exportar muito neste primeiro, talvez fazendo uma super safra sem os EUA, talvez o brasil e a Argentina (se produzir bem) consigam cobrir uma boa parte da demanda chinesa dos EUA. Assim, a gente teria bons prêmios no segundo semestre. Vamos ter menos estoque e menos pressão de venda e poderemos aproveitar esse momento”, afirma, salientando que no primeiro semestre nao vai ter tanto impacto, mas no segundo semestre sim.

Finalizando, temos a questão dos biocombustíveis. “O governo Trump é contra os incentivos para o setor. A dúvida é como vai ser a demanda? O óleo de palma está caro. A índia que é um grande importador, precisa definir como vão ser os seus programas e o consumo”, salienta.

Segundo Marcelo, a questão do óleo está preocupando todo o mercado e esse isso resulta numa maior oferta de farelo. “Os fundos de investimentos estão muito vendidos em farelo. Mas nesse curto espaço de tempo, com o clima meio estranho na Argentina e com a margem de esmagamento na Europa positiva, comprando acima do normal dos EUA, pode dar uma invertida no mercado e pegar os fundo de investimento meio de calça curta”, alerta.

...
Editor RuralNews
Vamos deixar essa matéria mais interessante com seu ponto de vista? Faça um comentário e enriqueça esse conteúdo...

TAGS: #Commodities # Marcelo Gavlik
# Getreide Investimentos # Perspectiva commodities 2025 # cenário commodities
Publicidade
Banner publicitário