Brasil consolida produção de SAF e projeta atender aviação até 2029

O combustível sustentável de aviação ganhou tração no Brasil e, atualmente, se consolida como uma das principais frentes da transição energética no transporte aéreo. Nesse contexto, o país já reúne condições técnicas, produtivas e regulatórias para suprir, até 2029, a demanda nacional por SAF, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos.

Ao longo de 2024, o Brasil avançou de forma consistente na estruturação desse mercado. Entre os principais marcos, destacam-se as primeiras entregas de SAF produzido no país e a consolidação de políticas públicas voltadas à descarbonização da aviação civil. Assim, essas ações buscam ampliar a previsibilidade do setor e estimular novos investimentos.

Além disso, o governo federal coordena iniciativas para fortalecer toda a cadeia do combustível sustentável de aviação, desde a produção até o uso comercial. Com isso, o objetivo é alinhar o país às exigências ambientais internacionais e, ao mesmo tempo, às novas regras do setor aéreo global.

Articulação institucional e marco regulatório

Nesse cenário, o Ministério de Portos e Aeroportos atua como articulador da transição energética no setor aéreo. Em parceria com o Ministério de Minas e Energia, a pasta criou o Fórum de Transição Energética na Aviação Civil (Fotea), responsável por propor políticas públicas, coordenar ações e acompanhar a implementação do SAF no país.

Paralelamente, a Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024) estabeleceu diretrizes para ampliar a produção de combustíveis sustentáveis e garantir segurança regulatória. Dessa forma, o governo busca reduzir riscos e criar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento do mercado.

Essas medidas, por sua vez, integram o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação. O programa prevê estímulos a investimentos, expansão da capacidade produtiva e monitoramento contínuo da oferta e da demanda.

Papel do SAF na descarbonização da aviação

Em nível global, o combustível sustentável de aviação ocupa posição central nas estratégias de redução das emissões de gases de efeito estufa. Na prática, o SAF permite diminuir a pegada de carbono do transporte aéreo sem exigir mudanças estruturais nas aeronaves.

No caso brasileiro, esse avanço se apoia na experiência consolidada do país em biocombustíveis, na capacidade instalada do parque de refino e na ampla oferta de matérias-primas renováveis, como óleos vegetais. Assim, esses fatores favorecem a formação de uma cadeia produtiva alinhada aos padrões internacionais de sustentabilidade.

Além disso, a redução de emissões ocorre porque parte do SAF utiliza insumos de origem vegetal processados junto ao querosene de aviação mineral. Segundo dados do setor, essa parcela renovável pode reduzir em até 87% as emissões líquidas de CO₂, a depender da rota tecnológica adotada.

Perspectivas até 2029

Diante desse cenário, o Brasil avança na consolidação de um mercado nacional de combustível sustentável de aviação, apoiado em políticas públicas estruturadas, investimentos em inovação e um marco regulatório definido. A expectativa é atender plenamente a demanda interna até 2029.

Além de contribuir para a redução das emissões, o SAF tende a gerar novas oportunidades econômicas. Ao mesmo tempo, fortalece a indústria nacional e posiciona o Brasil como ator relevante na agenda global de aviação sustentável.

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