A última semana do Inverno está dando o que falar. Uma intensa onda de calor começa a se espalhar pelo país e a expectativa para a chegada da Primavera no próximo dia 23 de Setembro é de mais calor com temperaturas extremamente elevadas.
No que diz respeito as plantas que estão no campo, a preocupação do produtor aumenta por causa do estresse térmico. Além da temperatura máxima no período da tarde ficar alta, a mínima acima da média na madrugada pode provocar perdas de produtividade em culturas como citros, café e cana.
“As madrugadas quentes não favorecem a recuperação das plantas que já sofreram estresse com as temperatura elevadas no período da tarde”, comenta a meteorologista Nadiara Pereira.
Nesta terça-feira, por volta das 4 horas da manhã, já fazia calor em algumas regiões produtoras brasileiras. Em Unaí e Conceição dos Alagoas (MG), o termômetro registrou 21,6ºC, de acordo com o Inmet. Em Barretos 22,5ºC e Piracicaba (SP), 21,4ºC. No mesmo período, o município de Frederico Westphalen, registrou 22,4ºC e Santa Rosa 22,5ºC, ambas cidades produtoras do Rio Grande do Sul.
Qual o impacto do estresse térmico nas lavouras?
Temperaturas muito elevadas á tarde, noite e também na madrugada podem trazer dificuldades provocando uma maior intensidade da respiração das plantas. Quando a planta respira mais intensamente, ocorre uma maior perda de carboidratos que constituiriam a produção.
Quando submetida ao estresse térmico continuado, a planta sofre redução em seu crescimento e, em casos mais intensos, até a interrupção do processo de fotossíntese. O estresse térmico pode provocar queda de botões florais que formariam as flores e, consequentemente, os frutos da lavoura.
Outro dano provocado pelo estresse térmico nas plantas é o aumento das doenças, pois os seus mecanismos naturais de resistência são diminuídos. Além disso, de maneira geral, temperaturas elevadas aceleram os processos metabólicos do patógeno, aumentando a sua disseminação.
O que fazer para amenizar o efeito da temperatura elevada?
As medidas mais importantes para amenizar os efeitos da alta temperatura devem ser tomadas ainda antes do plantio. Os solos compactados dificultam o desenvolvimento aprofundado das raízes. Com isso, a planta apresenta dificuldades para se manter em condições hídricas normais e, na ocorrência de temperaturas elevadas, facilmente se encaminha para o murchamento. O uso de cobertura morta e matéria orgânica, refresca o solo e reduz o estresse térmico. Sob orientação pode ser recomendado o uso de nutrientes para proteção contra o estresse térmico.
Tendência do Clima
Nesta semana uma forte massa de ar seco e quente se intensifica sobre interior do Brasil e a previsão é de tempo aberto, com predomínio do sol e temperaturas cada vez mais elevadas sobre o Sudeste e Centro-Oeste, grande parte do Paraná. Uma forte onda de calor, que está ganhando força sobre o interior do Brasil, deve provocar a ocorrência das temperaturas máximas mais elevados do ano, até o momento, em diversas localidades.
No interior do Centro-Oeste, oeste de São Paulo e de Minas Gerais, são esperadas máximas próximas ou até superiores aos 40°C até o próximo final de semana. Além das temperaturas máximas, as temperaturas mínimas devem ficar acima da média, ou seja, as madrugadas também serão abafadas e esse período prolongado (em torno de 10 dias) de tempo seco e muito quente deve provocar estresse térmico em diversos cultivos, como por exemplo citros, cana de açúcar e café, além de prejudicar o plantio da soja, especialmente no Centro-Oeste.
As chuvas devem voltar a se espalhar somente entre os últimos dias do mês de setembro e primeiros dias de outubro. Na virada do mês, uma frente fria deve avançar pela costa do Brasil organizando instabilidades sobre interior das regiões Sudeste e Centro-Oeste, mas ainda assim, os episódios de chuva devem ocorrer de forma na forma de pancadas, com a distribuição espacial bastante irregular.