Isenção do suco de laranja da tarifa de Trump evita colapso no agro brasileiro e mantém exportações para os EUA
O governo dos Estados Unidos anunciou a retirada do suco de laranja da lista de produtos atingidos pela tarifa de 50% imposta pela administração Trump. A medida evitou um colapso bilionário em uma das cadeias mais importantes do agronegócio brasileiro.
O suco de laranja responde por mais de 42% das exportações do setor para os EUA. Sua exclusão da nova tarifa protege não apenas grandes empresas, mas também milhares de produtores e trabalhadores do campo.
A decisão atendeu a uma estratégia comercial mútua. Companhias brasileiras do setor mantêm operações nos EUA, o que facilitou o diálogo e ajudou na negociação. No entanto, a medida não elimina o risco de novas pressões tarifárias. É preciso atenção constante para garantir a estabilidade das relações comerciais.
Além do suco de laranja, outros produtos agrícolas escaparam da sobretaxa: fertilizantes, madeira tropical, castanha-do-brasil, polpa de madeira e sisal. Por outro lado, carne bovina, frutas frescas, café, manga, cacau e abacaxi seguem sob tarifas elevadas.
O impacto é ainda maior para pequenas e médias empresas exportadoras, que dependem do mercado americano e operam com margens limitadas.
A instabilidade nas relações internacionais ameaça negócios e empregos. Pequenas empresas que exportam para os EUA, especialmente no setor madeireiro, sofrem com o risco de mudanças repentinas nas tarifas. A previsibilidade é essencial para garantir acesso ao crédito, crescimento e segurança no planejamento.
Para proteger o futuro do agro, é necessário dissociar disputas políticas das relações comerciais. Os EUA são o segundo maior mercado para o Brasil e o principal destino de produtos com maior valor agregado. Manter esse canal aberto exige maturidade e foco estratégico.
Além das negociações externas, o Brasil precisa melhorar seu ambiente de negócios. A alta carga tributária, a legislação trabalhista complexa e os custos logísticos altos dificultam a competitividade. Esses fatores explicam por que, mesmo com grande produção, o país ainda enfrenta obstáculos para ampliar sua presença global.
Embora a retirada do suco de laranja da tarifa seja uma vitória parcial, outros produtos continuam afetados. O café, por exemplo, representa 17% das exportações para os EUA e ainda sofre com as tarifas.
É hora de agir com inteligência. O Brasil deve seguir negociando para proteger seu mercado externo, fortalecer o agro e consolidar sua posição como fornecedor confiável no cenário internacional.