Combate à doença exige ação conjunta entre produtores, órgãos públicos e controle biológico com tamaríxias
O avanço da doença HLB (huanglongbing), também conhecida como greening, no Vale do Ribeira, região metropolitana de Curitiba (PR), acendeu o alerta entre citricultores e autoridades estaduais. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), a Adapar e a Secretaria de Agricultura (Seab) emitiram nota técnica sobre a gravidade do problema, que ameaça a principal atividade agrícola de muitos produtores familiares da região.
A tangerina poncã, que tem grande importância econômica e é sensível à doença, pode ter sua produção comprometida. O HLB, causado pela bactéria Candidatus Liberibacter spp., é transmitido pelo psilídeo asiático dos citros (Diaphorina citri) e não possui controle curativo. O manejo deve ser preventivo e rigoroso, com a eliminação de plantas doentes e o controle químico e biológico do vetor.
Desde 2016, o IDR-Paraná desenvolve um programa de produção e liberação da vespa tamaríxia (Tamarixia radiata), inimiga natural do psilídeo, em parceria com cooperativas e empresas do setor. Mais de 14 milhões de vespinhas já foram distribuídas em áreas rurais e urbanas, principalmente onde há presença de murta, planta ornamental que serve de hospedeira ao vetor.
Outras ações incluem o uso do aplicativo IDR-Tamaríxia, disponível gratuitamente para orientar a liberação da vespa, e as operações “Big Citros”, que desde 2023 resultaram na erradicação de cerca de 57 mil plantas com sintomas da doença. O controle químico, o uso de mudas certificadas, quebra-ventos e adensamento dos pomares também são recomendados.
A citricultura é uma das atividades mais importantes do Paraná, ocupando 29,3 mil hectares e gerando aproximadamente R$ 1 bilhão por ano. O Vale do Ribeira, polo da produção de tangerinas para o consumo in natura, depende da preservação da atividade para manter sua base econômica e social.