HOME | Notícias | Citricos

Greening atinge 47,6% das laranjeiras em SP e ritmo de crescimento desacelera

Estudo do Fundecitrus mostra desaceleração do greening em laranjeiras de SP e reforça necessidade de manejo rigoroso

Foto do autor Redação RuralNews
10/09/2025 |
762

O levantamento anual do Fundecitrus mostra que em 2025 o greening atingiu 47,63% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo/Sudoeste Mineiro. Embora o índice represente aumento de 7,4% em relação a 2024, quando a incidência foi de 44,35%, pelo segundo ano consecutivo observa-se desaceleração no ritmo de crescimento da doença. Além disso, esse avanço é menor do que os verificados nos anos anteriores, que foram de 16,5% de 2023 para 2024 e de 55,9% de 2022 para 2023.

Nos pomares de 0 a 2 anos, a incidência caiu 51,4%. Já nos de 3 a 5 anos, recuou 17,1%. Esses números indicam maior conscientização dos citricultores, escolha adequada das áreas de plantio e aprimoramento no controle da doença.

Segundo o pesquisador Renato Bassanezi, a redução no ritmo também pode ser resultado de medidas adotadas pelos produtores. “O citricultor escolheu áreas com menor risco de contaminação para novos plantios. Além disso, retomou a eliminação de árvores doentes com até cinco anos e realizou replantio imediato. Consequentemente, a população do psilídeo, vetor da bactéria, caiu significativamente em 2024 devido ao controle mais rigoroso”, explica.

Incidência elevada em pomares mais velhos

Apesar da melhor remuneração pela caixa de laranja em 2023 e 2024, o que tornou viáveis pomares com baixa produtividade, houve maior resistência em eliminar plantas jovens já produtivas. Por isso, a maior incidência de greening ainda é observada em pomares com mais de 10 anos (58,43% das árvores contaminadas). Em seguida, vêm os de 6 a 10 anos (57,79%), 3 a 5 anos (39,18%) e 0 a 2 anos (2,72%).

O diretor-executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres, reforça que os produtores estão mais conscientes e aprimorando o manejo da doença. Assim, os resultados já começam a aparecer. “Manter plantas jovens saudáveis garante viabilidade do pomar e frutas de melhor qualidade. Além disso, em regiões com baixa incidência, o produtor entende que não faz sentido manter plantas jovens doentes”, destaca.

Distribuição regional do greening

O estudo estima que quase 100 milhões de árvores, de um total de 209 milhões, estejam contaminadas. A progressão da doença está ligada a vários fatores. Entre eles estão altas populações de psilídeo, a presença contínua de plantas doentes e o clima mais ameno do segundo semestre de 2024, que favoreceu a multiplicação da bactéria. Apesar da queda de 41% na população de psilídeos, os níveis atuais ainda são quatro a nove vezes maiores do que antes de 2020.

A severidade média da doença aumentou pelo quarto ano seguido, passando de 18,7% em 2024 para 22,7% em 2025. Assim, as áreas com maior incidência de greening também apresentam maior severidade, prejudicando mais árvores e causando maior queda prematura de frutos. Consequentemente, a perda média de laranjas devido ao greening subiu de 3,1% na safra 2021/22 para 9,1% na safra 2024/25. Atualmente, isso corresponde a 50,8% do total de frutas que caíram antes da colheita.

Entre as 12 regiões do cinturão citrícola, seis registram incidência acima de 60%, duas entre 40% e 50%, três entre 20% e 30% e apenas duas abaixo de 5%. Limeira (79,9%), Porto Ferreira (70,6%), Avaré (69,2%), Duartina (62,7%) e Brotas (60,8%) são as mais afetadas. Já Bebedouro (47,2%) e Altinópolis (45,1%) continuam com índices altos.

Em níveis intermediários estão São José do Rio Preto (34,3%), Itapetininga (28,7%) e Matão (24,6%), com avanço significativo do greening entre 2024 e 2025. Por outro lado, Votuporanga (3,1%) e o Triângulo Mineiro (0,3%) mantêm as menores taxas, praticamente estáveis.

Manejo regional e combate ao vetor

O Fundecitrus orienta que o manejo do greening deve considerar a incidência da doença em cada região. Nas áreas de alta incidência, caso o produtor não elimine plantas doentes, é essencial manter o controle rigoroso do psilídeo. Dessa forma, é possível reduzir a propagação da doença e prolongar a vida útil do pomar. Já nas regiões de baixa incidência, é imprescindível erradicar imediatamente as plantas afetadas e manter controle contínuo do vetor.

Ayres reforça que o greening continua sendo o maior desafio da citricultura, exigindo esforço constante. “As medidas de manejo têm conseguido frear a evolução da doença. Quando aplicadas corretamente, o pacote de controle funciona. Além disso, com essa doença não há meio termo, o controle deve ser rigoroso”, alerta.

TAGS: #Greening # São Paulo
# Paranavaí # citrus # cítricos # doenças cítricas
...
Editor RuralNews
Vamos deixar essa matéria mais interessante com seu ponto de vista? Faça um comentário e enriqueça esse conteúdo...

O portal RuralNews é uma iniciativa que leva diariamente informações, novas tecnologias e as novidades do agronegócio do Brasil para o produtor rural e toda a cadeia produtiva do segmento. Reportagens, cotações diárias, vídeos, podcasts, artigos e muito mais!

São Paulo/SP | Ribeirão Preto/SP | Porto Alegre/RS | Cascavel/PR | Rio Verde/GO | Campo Grande/MS

© 2024 Newmídia Comunicação, Todos os direitos reservados.