Chuvas no Rio Grande do Sul
11-05-2024 | 8:00:00
Por: Vandr? Dubiela
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Por: Vandr? Dubiela
Mesmo em áreas menos atingidas pelas precipitações, a ameaça de escassez de alimentos e outros desafios emergiram devido aos bloqueios nas rodovias, danos à infraestrutura, interrupções no abastecimento de água, escassez de mão de obra e paralisação das operações de abate. Em comunicado, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que pelo menos 10 unidades produtoras de carne de aves e suínos encontram-se paralisadas ou enfrentam dificuldades extremas para operar, com perspectiva de normalização em mais de 30 dias.
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"Em situações trágicas como a vivenciada pelo Rio Grande do Sul, preocupa-nos a possibilidade de que os animais do setor pecuário sejam percebidos unicamente como perdas econômicas, desconsiderando-se o sofrimento de milhares de vidas. Esses animais também experimentam medo, fome, e a escala do impacto é alarmante — algumas das regiões mais afetadas são grandes polos agropecuários, como o Vale do Taquari, responsável pelo abate de quase 2 milhões de suínos por ano. Apenas na cidade de Nova Bréscia, a proporção chega a quase 2 mil frangos por habitante", destaca Cristina Diniz, diretora da ONG Sinergia Animal no Brasil.
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Relatos dramáticos surgem de diversas localidades, como em Harmonia, no Vale do Caí, onde dezenas de frangos pereceram afogados, e em Triunfo, onde a água alcançou o pescoço do gado. Uma empresa contratada para o resgate de animais de 80 produtores rurais informou que muitos dos animais estavam aprisionados em galpões inundados, falecendo antes de serem socorridos. Em apenas três dias, a empresa conseguiu resgatar mais de 500 bois na região, porém, esse número ainda é considerado baixo dadas as proporções do desastre.
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As consequências não se limitam aos danos diretos, mas estendem-se aos desafios logísticos e de infraestrutura, potencialmente afetando o bem-estar de milhares de animais em todo o estado. Mesmo em regiões menos atingidas pelas chuvas, o acesso às rodovias e o transporte de insumos e animais enfrentam dificuldades. A paralisação das operações de abate, como no caso do frigorífico Agrosul Agroavícola em São Sebastião do Caí, agrava ainda mais a situação, impactando o suprimento de carne e a estabilidade do mercado.
É fundamental estabelecer urgentemente planos de contingência eficazes que incluam a proteção e o bem-estar dos animais em situações de desastre natural. O aumento das ocorrências climáticas extremas, aliado à intensificação da pecuária industrial, sinaliza a necessidade de medidas preventivas e de gestão mais robustas para proteger não apenas a produção, mas também as vidas vulneráveis nos sistemas agropecuários.