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Moagem de cana diminui no Norte e Nordeste enquanto a produção de etanol anidro mantém trajetória de alta

A moagem de cana caiu no Norte e Nordeste na safra 2025/26, mas a produção de etanol anidro seguiu resiliente, com avanço no Nordeste e mudança no perfil produtivo

Moagem de cana diminui no Norte e Nordeste enquanto a produção de etanol anidro mantém trajetória de alta

Usinas do Norte e Nordeste processaram menos cana na safra 2025/26, mas ampliaram o foco na produção de etanol anidro. Foto: Canva

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Foto do autor Redação RuralNews
27/12/2025 |

A moagem de cana-de-açúcar na safra 2025/2026 nas regiões Norte e Nordeste apresentou retração até 30 de novembro, refletindo uma safra mais curta em relação ao ciclo anterior. Ainda assim, a produção de etanol anidro mostrou maior resiliência e manteve trajetória de crescimento, especialmente no Nordeste.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), compilados pela Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), a moagem total nas duas regiões somou 32,5 milhões de toneladas no período, volume 9,4% inferior aos 35,9 milhões de toneladas registrados no mesmo intervalo da safra passada.

Para o presidente da NovaBio, Renato Cunha, o cenário combina desafios estruturais e conjunturais. Segundo ele, os números indicam uma safra mais curta, principalmente no Nordeste, mas também evidenciam a capacidade de adaptação do setor. O dirigente destaca o avanço do etanol anidro, considerado estratégico para a matriz energética e para o cumprimento das metas de descarbonização.

Na Região Norte, a moagem recuou 10,9%, passando de 7,1 milhões para 6,3 milhões de toneladas até o fim de novembro. No Nordeste, a queda foi de 9,1%, com o volume processado diminuindo de 28,7 milhões para 26,1 milhões de toneladas.

A menor oferta de cana impactou diretamente a produção de açúcar. Nas duas regiões, o volume produzido caiu 24% em relação à safra anterior, totalizando 1,66 milhão de toneladas, contra 2,18 milhões de toneladas no ciclo passado.

No etanol, o desempenho foi distinto entre os produtos. A produção total atingiu 1,38 milhão de metros cúbicos, queda de 7,8% na comparação anual. O etanol hidratado liderou o recuo, com redução de 11,3% no acumulado até novembro. Em contrapartida, o etanol anidro apresentou maior estabilidade, com leve queda de 2,0% no consolidado regional e crescimento de 5,1% no Nordeste, sinalizando uma mudança no perfil produtivo da safra.

Os dados de Açúcar Total Recuperável (ATR), principal indicador de qualidade da cana, também refletiram o menor ritmo da moagem. O ATR total nos produtos finais recuou 15,3% nas duas regiões. Já o ATR por tonelada de cana caiu 6,5% no consolidado regional, pressionado pelo desempenho do Nordeste, que registrou queda de 9,6%. No Norte, por outro lado, houve avanço de 6,1% no indicador.

Na comparação entre a estimativa e a execução da safra 2025/2026, até o fim de novembro o setor alcançou 55% da moagem prevista nas regiões Norte e Nordeste. A Região Norte apresentou avanço mais significativo, com 88,3% da estimativa já realizada, enquanto o Nordeste atingiu 50,4%.

No etanol total, o índice de realização chegou a 54,5% no consolidado regional. Mais uma vez, o Norte se destacou, alcançando 96,4% da produção estimada para o período.

Os estoques físicos de etanol também apresentaram queda expressiva. Até 30 de novembro de 2025, o volume total armazenado somou 326,2 mil metros cúbicos, recuo de 28,9% em relação aos 458,7 mil metros cúbicos registrados na mesma data de 2024. O etanol anidro teve redução de 25,4%, enquanto o hidratado caiu 31,5%.

Segundo a NovaBio, os números indicam a necessidade de acompanhamento atento da evolução da safra nos próximos meses. Fatores climáticos, operacionais e de mercado seguem determinantes para o desempenho do setor sucroenergético no Norte e Nordeste.

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Editor RuralNews
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TAGS: #Moagem # Cana
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