Clima chuvoso e quente é propício para a incidência da broca-da-cana

Segundo especialista, as perdas com a praga podem chegar em R$ 5 bilhões caso não sejam seguidas as práticas culturais e aplicados produtos para combater a praga

Publicado em 28/11/2023

A incidência do El Niño, que traz um aumento de chuvas e temperaturas mais altas está acendendo o alerta dos produtores de cana-de-açúcar, pois esse cenário favorece o aumento da incidência da broca-da-cana (Diatraea saccharalis). O inseto está presente em mais de 70% dos canaviais brasileiros e causa grandes prejuízos, como queda de produtividade e, também, da qualidade da produção de açúcar e álcool.Maurício Oliveira, gerente de marketing regional da FMC, afirma que os prejuízos podem chegar a até R$ 5 bilhões em toda a safra. "Pesquisas recentes revelam que a cada 1% de infestação, a produção de cana é reduzida em 1,21%, a de etanol em 0,27% e a de açúcar em 0,38%”, destacaA broca-da-cana tem um ciclo que varia conforme as condições climáticas, podendo durar de 30 a 60 dias, dependendo da região e da época do ano, e é dividido em quatro etapas: fase larval, fase de eclosão das lagartas, fase de pupa e fase adulta.

Dentre os sintomas que o produtor pode observar, os orifícios ocasionados pela alimentação das lagartas da broca nos internódios dos colmos da cana são os mais comuns. Sendo por esses furos que os fungos penetram na planta e geram a podridão vermelha e a redução da qualidade da matéria-prima.A praga pode ter até cinco gerações ao ano e promover a morte das gemas apicais, entrenós menores, enraizamento aéreo, brotações laterais e afinamento do colmo. A broca-da-cana é uma espécie de mariposa e demanda um monitoramento contínuo aliado a um controle químico e boas práticas agrícolas.
Aumento da broca-da-cana acontece no verão e com alta pluviosidade
Aumento da broca-da-cana acontece no verão e com alta pluviosidade

Ele explica que para proteger o canavial da broca, o inseticida precisa ter duas características para melhor desempenho: ser sistêmico e seletivo. "A característica sistêmica é fundamental para proteger os novos entrenós que a planta formará depois da aplicação do produto. Estima-se que, neste período, que ocorre até março, a cana desenvolva cerca de 3 a 4 novos entrenós por mês”, ressalta.A sistemicidade também é um fator decisivo no processo de escolha de um produto químico, pois essa característica permite que a molécula suba pela planta após ser aplicada no sulco de plantio ou via foliar. “Essa translocação é importante, pois conforme a cana cresce, o produto segue junto. Esse desempenho é fundamental especialmente nas partes mais novas da cana, onde a broca faz o orifício de entrada”, ressalta Maurício.Como o aumento da infestação dessa praga está ligado a fatores climáticos e as regiões produtores de cana esperam alta pluviosidade na próxima estação, o produtor precisa se programar agora. “Os manejos químico e biológico precisam estar aliados a boas práticas culturais e, também, é preciso estabelecer um programa de inseticidas com o monitoramento do canavial e das pragas, e, assim, proporcionar uma maior produtividade e rentabilidade do canavial”, afirma Maurício.
Aumento da broca-da-cana acontece no verão e com alta pluviosidade

A larva da mariposa é perigosa e gera grandes prejuízos no canavial

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