HOME | Notícias | Café

Safra de café deve atingir 56,5 milhões de sacas em 2025

Mesmo em ano de bienalidade negativa, volume colhido representa a terceira maior safra da série histórica da Conab e alta de 4,3% em relação a 2024

Safra de café deve atingir 56,5 milhões de sacas em 2025

Brasil deve colher 56,5 milhões de sacas de café em 2025. Foto: Freepik

1311
Foto do autor Redação RuralNews
04/12/2025 |

A produção brasileira de café em 2025 está estimada em 56,5 milhões de sacas de 60 quilos. Embora este seja um ano de bienalidade negativa, o resultado configura a terceira maior safra da série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atrás apenas de 2020 e 2018.

O volume projetado representa uma alta de 4,3% na comparação com o registrado em 2024. Esse avanço ocorre mesmo com uma queda de 1,2% na área em produção, estimada em 1,85 milhão de hectares. A produtividade média nacional, por sua vez, deve alcançar 30,4 sacas por hectare, impulsionada pelo excelente desempenho das lavouras de conilon. Os dados fazem parte do 4º Levantamento de Café 2025, divulgado pela Conab, nesta quinta-feira (4).

Publicidade
Banner publicitário

Conilon impulsiona o crescimento da safra

Com menor impacto da bienalidade, a produção nacional de conilon deve atingir 20,8 milhões de sacas em 2025. Trata-se de um novo recorde, ultrapassando o resultado de 2022, quando foram colhidas 18,2 milhões de sacas. Assim, na comparação com a safra passada, o crescimento chega a 42,1%. A regularidade climática contribuiu para o vigor das plantas e para uma elevada carga produtiva.

O Espírito Santo permanece como líder nacional e deve colher 14,2 milhões de sacas, avanço de 43,8% frente a 2024. Na Bahia, a produção está estimada em 3,29 milhões de sacas, o que significa aumento de 68,7%. Já em Rondônia, a safra deve atingir 2,32 milhões de sacas, 10,8% acima do ciclo anterior.

Arábica sofre efeito da bienalidade e da seca

Para o café arábica, o cenário é diferente. O ciclo de bienalidade negativa reduz o vigor das plantas e limita a produtividade. Além disso, períodos prolongados de seca resultaram em menor rendimento das lavouras. Dessa forma, a área em produção caiu 1,5%, para 1,49 milhão de hectares, enquanto a produtividade média recuou 8,4%, chegando a 24,1 sacas por hectare. Com isso, a colheita está estimada em 35,76 milhões de sacas, queda de 9,7% diante de 2024.

Minas Gerais, maior produtor do país, registra 25,17 milhões de sacas e redução de 9,2%. Em São Paulo, a queda chega a 12,9%, com 4,7 milhões de sacas estimadas. Por outro lado, a Bahia apresenta crescimento de 2,5%, totalizando 1,14 milhão de sacas — com destaque para o Cerrado Baiano, que avança 18,5%.

Exportações em ritmo menor, porém mais rentáveis

Entre janeiro e outubro, o Brasil exportou 34,2 milhões de sacas, queda de 17,8% em relação ao mesmo período de 2024, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A redução ocorre em função dos estoques internos limitados no início do ano, após o embarque recorde de 50,5 milhões de sacas em 2024.

Apesar disso, o valor exportado já alcança US$ 12,9 bilhões e ultrapassa o total arrecadado em todo o ano passado. O motivo é o aumento dos preços médios do café no mercado internacional, o que garantiu maior receita ao produtor brasileiro, mesmo com menor volume enviado ao exterior.

Além disso, as perspectivas de preços seguem firmes. Embora o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projete aumento na produção mundial em 2025/26, o estoque global permanece em nível muito baixo, o menor dos últimos 25 anos, estimado em 21,8 milhões de sacas. Assim, não são esperadas quedas expressivas nas cotações.

...
Editor RuralNews
Vamos deixar essa matéria mais interessante com seu ponto de vista? Faça um comentário e enriqueça esse conteúdo...

TAGS: #Safra # Safra de Café
# Café # Conab # Colheita de café # Companhia Nacional de Abastecimento
Publicidade
Banner publicitário