Safra de café 2026/27 pode chegar a 74,4 milhões de sacas
Estimativa da Hedgepoint projeta safra brasileira de café 2026/27 entre 71 e 74,4 milhões de sacas, com recuperação do arábica e bom desempenho do conilon
Clima mais favorável impulsiona a recuperação da safra brasileira de café para 2026/27. Foto: Canva
A Hedgepoint Global Markets divulgou a primeira estimativa para a safra brasileira de café 2026/27. O levantamento aponta produção entre 71,0 e 74,4 milhões de sacas, volume que pode contribuir para a recomposição dos estoques globais.
Segundo a consultoria, as chuvas registradas em outubro e novembro favoreceram a floração do café arábica. Ao mesmo tempo, o conilon apresentou bom desenvolvimento nas principais regiões produtoras, apesar de a produção ficar abaixo do pico registrado na safra 2025/26.
Recuperação do arábica e ajuste no conilon
A produção de arábica é estimada entre 46,5 e 49,0 milhões de sacas. O volume representa alta expressiva em relação às 37,7 milhões colhidas em 2025/26. Esse avanço reflete a entrada de novas áreas, o bom manejo das lavouras e o ciclo bienal positivo em diversas regiões.
No caso do conilon, a Hedgepoint projeta produção entre 24,6 e 25,4 milhões de sacas. O resultado indica recuo frente às 27,0 milhões da safra anterior, que foi considerada excepcional. Ainda assim, a expansão e a renovação de áreas desde 2023 ajudam a limitar a queda.
Clima melhora expectativas para 2026/27
Entre agosto e o início de outubro, a seca atrasou a floração e causou perdas em parte das lavouras. No entanto, a partir de meados de outubro, o retorno das chuvas em volumes mais consistentes permitiu uma segunda floração nas áreas de arábica, o que melhorou as perspectivas para a próxima safra.
De acordo com Laleska Moda, analista de café da Hedgepoint Global Markets, houve aumento nas podas em áreas com plantas danificadas. “Além disso, seguem os investimentos em novas áreas, cujos resultados devem aparecer de forma mais clara nos próximos anos”, afirma.
No conilon, a regularidade das chuvas e os bons níveis dos reservatórios no Espírito Santo e na Bahia favoreceram tanto a floração quanto o enchimento dos grãos.
Impactos no mercado
Com a recuperação do arábica e uma produção ainda elevada de conilon, a safra 2026/27 tende a aliviar o balanço global de oferta. No entanto, a Hedgepoint ressalta que estimativas mais precisas dependem da fase de enchimento dos grãos, que ocorre entre dezembro e março.
Segundo a analista, o mercado permanece sensível às condições climáticas no Brasil. Além disso, os níveis de estoques nos países consumidores também seguem como fator de atenção. “Até o fim do enchimento dos grãos, os preços devem continuar voláteis, abrindo espaço para ajustes ao longo do período”, conclui Laleska Moda.
