Hedgepoint revisa safra 2025/26 de café com queda do Arábica e alta do Conilon no Brasil
Após o fim da colheita, a Hedgepoint atualizou suas projeções para a safra brasileira 2025/26, apresentando uma análise detalhada das alterações nos números. Apesar das boas chuvas no início de 2025, o veranico afetou Minas Gerais e São Paulo, reduzindo a produtividade geral da safra de Arábica.
As chuvas nas principais regiões produtoras de Arábica em 2024, especialmente durante a floração, ficaram abaixo da média. Isso impactou negativamente a produção. A Hedgepoint revisou a estimativa para Arábica de 39,6 milhões para 37,7 milhões de sacas, uma queda de 13,3% em relação à safra 24/25. Além disso, as regiões do Sul de Minas e da Zona da Mata registraram problemas de qualidade, com mais grãos moca. No entanto, houve aumento das peneiras 17/18 em comparação à safra anterior.
Por outro lado, a produção de Conilon/Robusta teve aumento. As áreas do Espírito Santo e Bahia tiveram condições favoráveis, com chuvas dentro da média e investimentos maiores dos produtores. Assim, a estimativa de produção subiu para 27 milhões de sacas, alta de 30% frente a 24/25. Esse aumento contribuiu para uma produção total de café no país de 64,7 milhões de sacas, um avanço de 0,7% em relação à safra passada.
Segundo a Hedgepoint, as flores da safra 26/27 começaram a abrir no Espírito Santo, indicando potencial positivo para o próximo ciclo. As chuvas recentes e a expansão das áreas de Conilon reforçam essa expectativa. Entretanto, o resultado dependerá fortemente dos níveis de precipitação nos próximos meses, essenciais para a floração dos cafeeiros.
A redução da produção de Arábica e o aumento do Conilon podem alterar a demanda interna e as exportações. O preço mais alto do Arábica pode reduzir seu uso no mercado interno, enquanto o Conilon deve ter maior participação. Além disso, a diferença de preços entre Arábica e Conilon pode levar à substituição parcial nos produtos processados. As exportações de Arábica podem diminuir, enquanto o Conilon será mais consumido internamente. As tarifas entre EUA e Brasil também influenciam esse cenário, e outros países como Vietnã, Indonésia e Uganda devem aproveitar para aumentar suas exportações.