O primeiro café com selo de agricultura regenerativa do mundo começa a ser distribuído no varejo, globalmente, pela marca Italiana Illy Caffè, em parceria com a Federação dos Cafeicultores Cerrado. Com notas de caramelo intenso, o produto estará disponível em 50 países neste ano, com previsão de atingir 140 até 2024. O café será comercializado em latas de 250 gramas, nas versões grão e moído.
“Esse lançamento é um marco para a gente. Além de ser o primeiro produto com selo regenerativo e de denominação de origem que vai para o varejo, terá a distribuição pela Illy Caffè, que é uma empresa de peso e super renomada no setor. Atualmente, a Expocacer possui 5.500 hectares de café regenerativo, e estamos trabalhando para certificar mais cooperados ainda”, afirma Fernando Beloni, produtor e Presidente da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer).
Os grãos da “Arabica Selection Brasile Cerrado Mineiro”, nome atribuído ao produto, possuem a certificação regenerativa feita pela Regenagri®, entidade global que tem como objetivo garantir a saúde e a preservação do solo, com certificação da inglesa Control Union. O selo comprova que houve aumento de matérias orgânicas no solo, além da melhoria da biodiversidade, reequilíbrio das funções naturais do ecossistema, sequestro de CO² atmosférico e incremento dos ciclos de água, carbono e nutrientes.
Para a Expocacer, que recentemente passou por um reposicionamento estratégico de marca com o propósito de fomentar uma cafeicultura atrelada ao impacto socioambiental, participar desse feito onde a maior parte dos cafés comercializados foram originados de cooperados, é a comprovação que a cooperativa está trilhando o caminho certo.
Farlla Gomes, Gerente de Sustentabilidade da Expocacer, afirma que o selo regenerativo veio para evidenciar ainda mais o compromisso que o produtor tem com o meio ambiente e com a sociedade. “O mercado está cada vez mais exigente, e nós temos que atender e acompanhar o movimento em prol da sustentabilidade. O consumidor quer saber de onde vem o café, como foi produzido e quem produz esses grãos, então é muito importante e gratificante que essas boas práticas, que já vêm sendo feitas pelos nossos produtores há anos, com muita pesquisa e estudo, sejam reconhecidas pelo mercado.”
De acordo com a pesquisa Global Consumer Insights Pulse, realizada em 25 países pela PwC, as preocupações com ESG, atualmente, influenciam a decisão de compra de metade dos consumidores. A tendência, que veio para ficar, também explica por que a cooperativa vanguardista tem atraído amplo interesse em seus projetos únicos na cafeicultura regenerativa e com carbono neutro. Este ano, a Expocacer, com apoio do Sebrae, já conseguiu certificar 14 cooperados, número que deve crescer para 24 até o final de 2023.
Frederico Canepa, Diretor Geral da Illy Caffè Sulamerica, afirma que este produto vai de encontro com a filosofia da empresa, que busca incessantemente modos sustentáveis de produção. “A agricultura regenerativa é uma bandeira do presidente da empresa, Andrea Illy, que lidera a Regenerative Society Foundation. Então, esse lançamento é muito importante para nós, até porque tem muito de Brasil nos blends da Illy. Além disso, a prática regenerativa é um modelo interessante pois permite manter a alta produção e garantir a conservação do ecossistema.”
A cafeicultura regenerativa adota práticas que visam preservar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade, proteger recursos hídricos e promover a resiliência dos sistemas agrícolas. Dentre as vantagens das práticas regenerativas estão: preservação da flora e fauna, redução de custos, diminuição da poluição, maior qualidade do café, maior resistência às mudanças climáticas e redução do desmatamento.
“A gente fica muito feliz por ter iniciado esse trabalho regenerativo há sete anos na fazenda, com agricultura moderna. Hoje temos um grupo grande certificado, e quando uma empresa como a Illy lança o seu café na linha permanente, é uma confirmação de que estamos indo pelo caminho certo. É um momento que entra para a história e vai ser lembrado daqui a 30 anos. É um sinal forte para os cafeicultores entrarem nesse movimento da cafeicultura regenerativa”, diz a produtora Paula Urtado, da Fazenda Três Meninas.