O Conselho Deliberativo de Política do Café (CDPC) aprovou, em reunião na quarta (30), o montante de R$ 6,05 bilhões e a distribuição dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2022/2023. A decisão ainda precisa ser votada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Na abertura da reunião, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, agradeceu os membros do Conselho pela parceria e trabalhos realizados em prol da cafeicultura brasileira. A ministra deixará o cargo nesta quinta (31), que será assumido por Marcos Montes, atual secretário-executivo da pasta.
Com relação à distribuição dos recursos para a safra 2022/2023, foram aprovados os valores de R$ 2,17 bilhão para financiamentos de comercialização e R$ 1,57 bilhão para custeio. Estão previstos ainda a destinação de R$ 1,38 bilhões para a linha de financiamento Aquisição de Café (FAC), R$775 milhões para capital de giro e R$ 160 milhões para recuperação de cafezais danificados.
Além da aprovação dos recursos para o Funcafé, o CDPC discutiu a proposta de alteração do limite de crédito de custeio para as cooperativas de produção. Atualmente o limite para essa linha, definido no Manual de Crédito Rural, é de R$ 30 milhões por cooperativa de produção e R$ 3 milhões por cafeicultor. O Conselho votou pela alteração do limite, elevando de R$ 30 milhões para R$ 50 milhões.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), integrante do Comitê Técnico do CDPC, foi a única entidade a defender a manutenção dos limites, destacando que os principais beneficiários do financiamento de custeio são cafeicultores que contratam esses recursos diretamente com os bancos e cooperativas de crédito.
No exercício financeiro de 2021/2022, essas instituições movimentaram R$ 804 milhões, o que corresponde a 84% dos valores contratados pelos beneficiários finais.
Durante o encontro, a CNA acrescentou que a capitação média por cooperativa de produção foi de apenas R$ 8,6 milhões, sendo que apenas duas cooperativas contrataram o limite de R$ 30 milhões.