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Exportações e clima influenciam alta dos preços do café arábica

Queda nos estoques certificados e incertezas climáticas mantêm o arábica valorizado enquanto o mercado acompanha a recuperação da safra brasileira

Exportações e clima influenciam alta dos preços do café arábica

Estoques reduzidos e clima variável mantêm a pressão sobre os preços do café arábica. Foto: Canva

Foto do autor Redação RuralNews
12/11/2025 |

Os preços futuros do café arábica continuam voláteis, impulsionados pela queda nos estoques certificados da ICE (Intercontinental Exchange), que somam cerca de 417 mil sacas — o menor nível em um ano e meio. O volume atual se aproxima dos patamares observados no fim de 2023.

Desde agosto, os estoques certificados registram queda contínua, com redução expressiva nas origens México, Honduras, Nicarágua, Peru, Uganda e, principalmente, Brasil, que é o maior fornecedor. Entre 29 de julho e 7 de novembro, os estoques totais diminuíram 353,1 mil sacas (-43,8%), enquanto o volume brasileiro recuou 148,3 mil sacas (-90,6%).

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Segundo Laleska Moda, analista de Inteligência de Mercado de Café da Hedgepoint, o movimento está ligado ao baixo interesse dos produtores brasileiros pela certificação. “Eles estão bem capitalizados e, em parte do ano, os diferenciais de preço não compensavam o processo. Além disso, comerciantes e torrefadores têm consumido os estoques certificados, já que os preços seguem em alta. Nos Estados Unidos, as tarifas mais elevadas também incentivaram o consumo do que já estava armazenado”, explica.

Expectativas de recomposição

Apesar da forte redução, o mercado projeta a entrada de cerca de 150 mil sacas nos estoques certificados da ICE nos próximos meses. No entanto, esse volume ainda é considerado insuficiente para recompor os níveis considerados confortáveis.

De acordo com análise da Hedgepoint, mesmo com o aumento recente dos diferenciais, os preços mais baixos registrados em agosto e setembro estimularam a certificação de novos lotes. “Isso pode trazer algum alívio, mas ainda será necessário um volume maior para estabilizar o mercado”, acrescenta Laleska.

Influência do clima

O clima também exerce papel decisivo na formação dos preços. O Brasil, principal produtor global, está em fase de desenvolvimento para a safra 2026/27. Até meados de outubro, o tempo seco predominou nas regiões produtoras, gerando preocupações, especialmente após uma floração precoce em setembro.

Contudo, as chuvas da segunda quinzena de outubro e início de novembro trouxeram otimismo. “Ainda é cedo para descartar impactos do clima anterior, mas as precipitações recentes favoreceram novas florações e o desenvolvimento dos cafeeiros”, explica Laleska, da Hedgepoint. Segundo ela, a maioria das regiões de arábica recebeu volumes expressivos de chuva, o que deve ajudar na recuperação da produção.

“À primeira vista, a safra 26/27 tende a apresentar melhora na produtividade, mas só será possível medir o potencial total mais adiante”, completa.

Conilon tem bom desempenho

No caso do Conilon, o cenário é mais estável. As condições climáticas ao longo de 2025 têm sido favoráveis, com chuvas regulares que beneficiam o enchimento dos grãos.

De acordo com a Hedgepoint, pode haver pequena queda na próxima safra, reflexo da produção recorde de 2025/26. “Após um ciclo muito produtivo, é natural que as plantas reduzam o vigor, e muitos produtores fazem podas para fortalecer as lavouras futuras”, explica Laleska.

Apesar disso, a expansão das áreas cultivadas em estados como Espírito Santo e Bahia deve compensar parte da redução esperada. A primeira estimativa oficial da safra 2026/27 deve sair até o fim de novembro, com projeções mais precisas previstas para fevereiro e março, após o enchimento dos grãos.

Atenção ao Vietnã

No Sudeste Asiático, o mercado monitora os efeitos do tufão Kalmaegi no Vietnã, principal produtor de robusta. “As chuvas intensas nas terras altas centrais podem comprometer a qualidade dos grãos e atrasar a colheita, o que já provocou alta nos preços da variedade”, observa a analista da Hedgepoint.

Enquanto o Brasil se prepara para uma possível recuperação do arábica, o Vietnã enfrenta incertezas com o robusta, cenário que mantém o café no centro das atenções do mercado global.

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Editor RuralNews
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TAGS: #Café # Exportações
# Clima # Europa # Hedgepoint Global Markets # Preços do Café
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