Avanço da safra 25/26 e clima mais ameno reduzem temores de geada e aumentam pressão sobre as cotações
Os preços futuros do café vêm oscilando fortemente nos últimos dias, refletindo a alta volatilidade do mercado diante das condições climáticas e do avanço da colheita no Brasil. Segundo a analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets, Laleska Moda, uma frente fria que chegou ao país no domingo (8) provocou queda nas temperaturas e reacendeu o temor de geadas nas regiões produtoras de arábica, especialmente no Sul de Minas, o que chegou a impulsionar os preços naquele momento.
Entretanto, como as temperaturas se mantiveram acima de 5ºC ao longo da semana passada, o risco de geadas foi reduzido, e a expectativa de maior oferta passou a pesar sobre o mercado, pressionando os preços para baixo.
A colheita da safra 2025/26 avança no país, com 35% do total já colhido até o dia 13 de junho. No caso do arábica, o volume chega a 26%, enquanto o conilon já alcançou 49%, números que estão em linha com a média dos últimos cinco anos.
Laleska explica que os grãos de arábica ainda estão em fase de processamento, o que limita a oferta imediata. Por outro lado, o conilon, que exige menor tempo de processamento, já começa a chegar ao mercado com mais força. Com quase metade da safra colhida, os produtores estão mais propensos a vender para cobrir custos da colheita e abrir espaço nos armazéns.
Segundo Laleska, embora os dados de maio ainda sejam fracos em comparação com anos anteriores, a tendência é de crescimento nos próximos meses, com a chegada de mais café ao mercado.
Além disso, condições climáticas favoráveis em países produtores como Vietnã e na América Central têm sustentado o bom desenvolvimento da próxima safra 2025/26, o que reforça o sentimento de baixa no mercado.
“No entanto, isso não significa que os preços não possam reagir nos próximos meses. O inverno ainda está começando no Hemisfério Sul, e novas frentes frias podem renovar o risco de geadas, o que mantém o mercado em alerta”, aponta a analista. Ela acrescenta que uma possível alta nos preços dependerá da ocorrência efetiva de geadas. “Se não houver registros de danos e as previsões indicarem menor risco, os preços poderão voltar a cair”, conclui.