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Café: previsão de safra para o arábica está 6% abaixo da tendência para anos de bienalidade positiva

É o que aponta diagnóstico da casa de análises de commodities hEDGEpoint, com base no mais recente levantamento da Conab
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- Especial para Rural News
Publicado em 26/01/2024

A primeira avaliação da safra de café de 2024 pela Conab foi divulgada recentemente: a produção de arábica apresenta um aumento de 4,74% em relação ao ano anterior, atingindo 40,75 milhões de sacas, e a produtividade registra um aumento de 2%. Apesar desses indicadores positivos, o volume fica aquém, 6% abaixo da tendência projetada para 2024.Mesmo com avanços desde 2022, a produtividade ainda fica 10% abaixo das expectativas para os anos de bienalidade positiva, direcionando o foco para o ciclo 26/27 em busca de um possível recorde. Essa adaptação está alinhada a um aumento de 3% ao ano nas áreas produtivas de café.Na categoria de conilon, uma estimativa de 17,3 milhões de sacas sinaliza um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Variações nas chuvas, influenciadas pelo El Niño, afetaram a frutificação, mas uma leve expansão na área cultivada e desenvolvimento geral positivo da safra contrabalançam os desafios, com casos isolados de pragas sendo a única – embora menor – preocupação. A Conab divulgou recentemente sua avaliação inicial da safra de café de 2024 (ciclo 24/25), revelando números significativos para as variedades de arábica e conilon.

Arábica

“A produção de arábica apresentou uma tendência positiva, atingindo 40,75 milhões de sacas, marcando um aumento de 4,74% e 1,84 milhão de sacas em relação ao ano anterior. No entanto, ao considerar os anos de bienalidade positiva para a produção de arábica, o volume fica 6% abaixo da tendência esperada para 2024, com base na série histórica da Conab (43,36 milhões de sacas). Apesar disso, representa uma melhoria em relação à queda de 23% abaixo da tendência observada em 2022. Os rendimentos para o arábica também registraram um aumento de 2%, atingindo 26,7 sacas/ha. No entanto, esse número fica 10% abaixo da tendência para os anos de bienalidade positiva, sinalizando uma diferença entre os resultados reais e as expectativas”, observa Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint.
Além disso, apenas ultrapassa ligeiramente a média esperada para um ano de bienalidade positiva com base em dados desde 2010 (26,3 sacas/ha) e fica 17% abaixo do recorde histórico relatado em 2020 pela Conab (32,2 sacas/ha).

Segundo a analista, “isso sugere que, embora o desempenho seja melhor do que em 2023, ainda não atingiu totalmente o potencial esperado para um ano que seria de safra cheia. Consequentemente, a atenção está se voltando para o ciclo 26/27 para alcançar uma safra comparável em rendimento e tamanho ao recorde estabelecido em 2020”.Essa adaptação é uma consequência da tendência nas áreas em produção, que registraram um aumento de 3% em relação ao ano anterior, atingindo 1.526 mil hectares, apesar dos desafios contínuos das condições climáticas irregulares.
Conilon

Quanto ao conilon, apesar de sua percepção controversa no mercado, a Conab estima uma safra de 17,3 milhões de sacas em 2024, um aumento de 7% em relação a 2023. O relatório destaca a exposição da safra a variações nas chuvas influenciadas pelo El Niño, com níveis de precipitação benéficos entre maio e agosto de 2023 auxiliando na recuperação pós-colheita.

“No entanto, a escassez de chuvas a partir de setembro resultou em estresse hídrico, afetando a frutificação. Embora este ciclo não tenha sofrido perdas devido a ventos fortes, as altas temperaturas causaram danos às folhas e raízes, impactando o potencial fotossintético. Apesar desses desafios, a perspectiva inicial sugere um leve aumento na área cultivada e, de maneira geral, as lavouras estão se desenvolvendo bem, com exceção de casos isolados de cancro”, conclui Natália.
A avaliação da safra de café de 2024 pela Conab destaca tendências positivas: a produção de arábica aumentou 4,74% em relação ao ano anterior, totalizando 40,75 milhões de sacas, com um aumento de 2% na produtividade. No entanto, fica 6% abaixo da tendência esperada para 2024. Apesar da melhoria desde 2022, a produtividade permanece 10% abaixo das expectativas para os anos de bienalidade positiva, direcionando a atenção para o ciclo 26/27 em busca de um recorde.

Essa adaptação é atribuída a um aumento de 3% ao ano nas áreas produtivas de café. Para o conilon, estimado em 17,3 milhões de sacas com um aumento de 7% em relação ao ano anterior, a safra enfrentou variações nas chuvas devido ao El Niño, impactando a frutificação. Apesar de desafios como danos causados por altas temperaturas, há um leve aumento na área cultivada, com desenvolvimento geral positivo da safra, exceto por casos isolados de pragas.

Sobre o autor

Ronaldo Luiz é jornalista, com mais de 20 de trajetória no agronegócio. É editor dos Portais Uagro/DATAGRO, repórter especial da revista Plant Project, do site CenárioAgro e apresentador do talk show digital AgroPapo. É ainda colunista no Jornal Mato Grosso no Ar, distribuído para mais de 60 rádios de Mato Grosso, bem como do Portal RuralNews. Administra o grupo SouAgro no LinkedIn, que conta mais de 60 mil participantes. É proprietário da agência ComResultado - www.comresultado.com.br.
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