Sem registros em granjas comerciais, Paraná intensifica ações contra gripe aviária
Com caso confirmado no RS, Estado reforça protocolos de biossegurança para proteger produção e exportações avícolas

Com maior produção e exportação de frangos do Brasil, Paraná mantém vigilância intensificada contra a gripe aviária. Foto: Gilson Abreu/Arquivo AEN

Após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o Paraná segue sem registros da doença em seu território. A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) foi notificada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária na última sexta-feira (16) e reforçou a vigilância em todo o Estado.
Embora o vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) já esteja presente no país, o Paraná não tem casos confirmados, e mantém ações rigorosas de prevenção. O Estado lidera a produção e exportação de carne de frango no Brasil, com mais de 2 bilhões de aves abatidas em 2024, o que representa cerca de 34% do total nacional. Em 2023, as exportações ultrapassaram US$ 4 bilhões.
Conteúdos relacionados
O sistema de defesa agropecuária paranaense conta com 131 escritórios locais, 33 postos nas divisas e parcerias com prefeituras e sindicatos rurais em todos os 399 municípios. Essas estruturas dão suporte a um controle sanitário constante em granjas comerciais, criações de subsistência e áreas com presença de aves silvestres.
O secretário de Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, afirmou durante a ExpoIngá que o Estado está preparado. “Temos um sistema robusto, que nos dá segurança. Seguimos em alerta e em contato direto com os produtores”, destacou.
Nunes ainda comentou que, embora países como China e União Europeia tenham suspendido temporariamente as importações de carne de frango do Brasil, acordos mais modernos, como os do Japão e da Arábia Saudita, limitam as restrições apenas às regiões afetadas.
Desde 2023, o Paraná mantém em vigor um decreto de emergência zoossanitária, o que permite respostas mais rápidas diante de possíveis ocorrências. A Adapar também orienta que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos, desde que os produtos venham de estabelecimentos com inspeção oficial.
Segundo Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, as medidas de biossegurança estão sendo reforçadas, com controle de acesso às granjas, higienização de veículos e equipamentos, uso de barreiras sanitárias e proibição de visitas desnecessárias.
Outro ponto de atenção é o monitoramento das aves migratórias, especialmente no litoral. Esse trabalho é feito em conjunto com o Centro de Estudos Marinhos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e inclui a orientação de pequenos produtores.
A estrutura montada pela avicultura paranaense, segundo Dias, está entre as mais avançadas do mundo em termos de biosseguridade. “O setor se preparou. Agora, é seguir à risca os procedimentos para que não haja falhas. A Adapar seguirá monitorando tanto as propriedades quanto as aves silvestres.”
O Ministério da Agricultura já iniciou as ações de contenção e erradicação no foco do Rio Grande do Sul, com o objetivo de proteger o setor produtivo e garantir o abastecimento interno e externo de carne de frango.
