Regionalização é saída para manter comércio em caso de gripe aviária
Os governos do Brasil e do México estão preparando um plano de regionalização para evitar que o comércio de produtos avícolas entre os dois países seja interrompido completamente em caso de registro de gripe aviária em seus territórios
No momento em que o Brasil registra 2.521 investigações de suspeitas de Sindrome Respiratória e Nervosa das Aves, sendo que 694 são classificadas como casos prováveis, 4 investigações com coleta de amostras ainda sem resultado latoratorial conclusivo e 151 casos confirmados da doença, o Brasil e o México preparam um plano de regionalização para evitar que o comércio de produtos avícolas entre os dois países seja interrompido completamente em caso de registro de gripe aviária em seus territórios.
As informações foram divulgadas pelo Ministério da Agricultura do México na terça-feira (02/01. A regionalização proposta permitiria blindar as zonas produtivas não afetadas pela doença, mantendo o fluxo de mercadorias para o abastecimento nacional e para exportação, segundo nota do ministério mexicano citando o chefe do Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Agroalimentar (Senasica), Javier Calderón Elizalde.
Segundo as autoridades dos dois países, o objetivo da medida é que as autoridades sanitárias dos dois países reconheçam regiões produtoras livres da doença e que, na presença do vírus em uma região, não seja interrompido o comércio de carne de frango e ovos entre os países.
Números da Embrapa divulgados em maio de 2023 mostram que o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com 4,822 milhões de toneladas exportadas até a data (33%). Os 67% restante é consumido no mercado interno, que possui 56.391.927 matrizes alojadas. O brasileiro consome 45,2kg de carne de frango por ano.
O México foi o nono principal destino das exportações de carne de frango brasileira de janeiro a novembro do ano passado, quando o Brasil enviou 172,56 mil toneladas da proteína ao país, 28,4% a mais que no mesmo período de 2022. Esse volume representou 4% do total de carne de frango exportada pelo Brasil no período, segundo dados apresentados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) ao final de dezembro.